Rio Profundo
de Shusaku Endo
Sobre o livro
Entre um grupo de turistas japoneses que partiu para uma viagem à Índia, quem encontrará a paz e a regeneração da alma e do coração de que cada um tanto precisa?
Romancista católico, Endo escolheu deliberadamente os lugares sagrados de uma outra religião para melhor transmitir aquela que foi a sua derradeira mensagem: a de um Deus universal que aceita todos aqueles que sofrem.
Tudo se passa nas margens do Ganges, o rio sagrado da Índia, em torno de cinco japoneses que para aí convergem numa viagem que é tanto física quanto espiritual. Assombrados pelo seu passado, todos eles enfrentam uma ampla gama de dilemas morais e vão em busca de algo que perderam. Isobe, que chora a morte da mulher, procura um sinal da sua reencarnação.
Kiguchi, um sobrevivente dos horrores da guerra na selva da Birmânia, tem esperança de poder dar descanso às almas dos camaradas que viu morrer na Autoestrada da Morte. Numada, escritor de contos para crianças que se separou dos animais que amava e sobreviveu a uma doença grave, procura conforto junto da Natureza.
Mas o Ganges é também o local do reencontro de Otsu, um padre japonês rejeitado pelos seus irmãos católicos, e Mitsuko, a mulher que o seduziu nos seus tempos de estudante universitário e que o tentou arrancar à sua fé cristã.
Pela mão de Shusaku Endo, viajamos pela Índia juntamente com um grupo heterogéneo de turistas que nos levam a refletir sobre o que é a religião e como a sente cada um de nós. Para ler com calma, pensando no que está por detrás da motivação e fé de cada um dos personagens. Surpreendeu-me e recomendo.