Provocações: por Dever de Ofício (1987-2014)
de Joaquim Romero Magalhães
Sobre o livro
Numa época dominada pelo imediatismo e por critérios quantitativistas na avaliação de professores e investigadores - poderosos dissolventes sobre o estudo e a pesquisa que sempre precisam de tempo e estão no cerne do trabalho universitário -, a selecção textos que em boa hora Joaquim Romero Magalhães resolveu dar a conhecer trazem consigo uma lufada de ar fresco.
Sublinhe-se, (...) o profissionalismo que estas arguições evidenciam: todas elas resultado de leitura atenta, estudo aprofundado dos problemas, alargamento de horizontes de compreensão histórica, conhecimento da bibliografia. Sempre obedecendo ao assumido preceito de que a vida académica quer-se rigorosa, escrupulosa e, sobretudo, límpida.
Em suma, um livro que bem pode constituir um manual de bordo para investigadores, candidatos a provas académicas e arguentes que singram nas águas profundas (mas por vezes turvas) das ciências sociais. Ou um saudável antídoto para o efeito detergente do taylorismo empreendedorista que, a par das simplificações bolonhesas, tem invadido as universidades e o trabalho científico, e dissolvido o lugar indispensável da história na compreensão dos problemas humanos.
Sérgio Campos Matos, novembro de 2017