Carlos Antunes: Memórias De Um Revolucionário
de Isabel Lindim
Sobre o livro
Figura polémica antes e depois do 25 de Abril, Carlos Antunes entrou na clandestinidade aos 21 anos para combater o Estado Novo. Viveu em Paris e Bucareste, onde foi responsável pela Rádio Portugal Livre, uma emissora do Partido Comunista Português que fazia oposição à ditadura, com um noticiário transmitido em onda curta a partir da Roménia. Em 1970, declarando-se anti-estalinista, rompeu com o partido de Cunhal em protesto pela invasão soviética da Checoslováquia.
Já sem a rede do PCP, formou as Brigadas Revolucionárias, que seriam responsáveis por vários atentados, e viu o seu nome ser divulgado pela PIDE como o de um delinquente perigoso. Ainda assim, conseguiu evitar a cadeia até à revolução de 1974. Seria já em democracia que acabaria preso, acusado de autoria moral de assaltos a bancos e da decapitação de uma estátua de Salazar em Santa Comba Dão.
Neste livro de memórias relatadas na primeira pessoa e recolhidas pela sua enteada, Isabel Lindim, conhecemos a vida, as motivações e os ideais de um dos revolucionários mais inconformados da história recente de Portugal.
«Nós achávamos que a Guerra Colonial era um fator de rutura com o regime. Portanto provocar a destruição de meios e de material, impedir o exército de se organizar para fazer a guerra era não só um dever de solidariedade com os povos das colónias, mas também um ato imediatamente percebido pelos soldados e pela população.» «Por mais curioso que seja, se nós atingirmos o inimigo e lhe demonstramos que ele está à nossa mercê, mas que lhe poupamos a vida, criamos-lhe uma situação de grande insegurança.»
Carlos Antunes