Amor de Perdição
de Camilo Castelo Branco
Sobre o livro
Nesta obra, misto de poema, de novela e de tragédia, Camilo atinge a maturidade artística.
É uma obra equilibrada, com enredo conciso, sem episódios dispersivos, sem um número excessivo de personagens, quase sem considerações do autor, com uma linguagem adequada, substancialmente romântica, na correspondência trocada entre Simão e Teresa, mas saborosamente popular em João da Cruz, franca, viva, cheia de conceitos populares, e, por outro lado, intencionalmente irónica, caricatural, entre as freiras do convento, a anunciar já o escritor de transição para o realismo.
Lilaz Carriço, in Literatura Prática II, Porto Editora (adaptado)
Esta obra de Camilo Castelo Branco é já pertencente a uma segunda geração de escritores que iniciaram o Ultra Romantismo. Com a fórmula base do romantismo onde existe o herói, a heroína, o conflito e a redenção, neste caso o ideal do Ultra Romantismo passa por um destino trágico, e é com esta ideia que “Amor de Perdição” é construído. Lançado em 1862, este livro é o “Romeu e Julieta” português, onde Simão e Teresa vão viver amores impossíveis, devido à rivalidade entre famílias, levando a um final triste. Camilo Castelo Branco publicou este livro por capítulos em revistas, algo que começou a surgir nesta altura, eram as “telenovelas” da época. Tem uma escrita muito característica do século XIX, mas não deixa de ser uma história interessante, onde podemos mergulhar nos costumes de uma burguesia em ascensão.