partilhar
Em destaque VER +
No Reino dos Astrónomos Cegos
De viagens à Lua a pousos em Marte, existe mais no universo e na astronomia do que o olho humano pode perceber. Em 'No reino dos astrônomos cegos' , o jornalista e doutor em história da ciência Ulisses Capozzoli mostra como as ondas de rádio, maiores que a luz visível - e portanto não captadas pela visão -, são usadas para estudar a física dos corpos celestes. Com um estilo dinâmico, o atual presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Científico explica o que é, para que serve e como se desenvolveu a radioastronomia no Brasil. Capozzoli acredita numa ciência a serviço da humanidade. Capaz de diminuir o sofrimento fornecendo inteligibilidade possível para a realidade. Investigando ondas invisíveis, a radioastronomia descobriu um outro universo, cujo estudo ainda promete muitas revoluções no que apreendemos do mundo onde vivemos. O livro conta a trajetória brasileira dessa ciência razoavelmente recente. A preocupação aqui é, indiretamente, discutir o estado da ciência no Brasil, fortemente afetado pelo positivismo. Mostra os primeiros obstáculos, quando o Observatório Nacional enfrentava dificuldades até mesmo para absorver a astrofísica e precisava se dedicar à astronomia de posição e ao serviço de horas. Capozzoli explica, ainda, que a radioastronomia surgiu desprovida de vínculos institucionais, com um grupo de amadores da Universidade Mackenzie. O resultado foi um processo pleno de rupturas e marcado pela descontinuidade. Ainda assim a radioastronomia no Brasil produziu resultados significativos. Principalmente no modo de se enxergar o universo. A idéia de que os humanos ocupam apenas um pontinho insignificante ao lado de uma estrela insignificante que é apenas uma entre bilhões de outras.