Tomás Eloy Martínez
Biografia
Tomás Eloy Martínez (1934 2010) foi jornalista, professor e escritor. Nasceu em Tucumán, Argentina, mas viveu vários anos no exílio, tendo trabalhado em países como EUA (onde foi diretor do Programa de Estudos Latino americanos da Rutgers University), Inglaterra, México e Venezuela. No jornalismo, dirigiu a revista Panorama e o suplemento cultural do La Nación, fundou o jornal El Diario de Caracas e o suplemento literário Primer Plano (Página/12), e foi colunista de jornais como El País e The New York Times. Na literatura, tendo publicado dezenas de livros de diferentes géneros, é mais conhecido como autor de dois grandes romances clássicos argentinos e latino americanos: La Novela de Perón (1985) e Santa Evita (1995). Este último foi traduzido em mais de 30 línguas e vendeu mais de dez milhões de exemplares. Distinguido com vários galardões, recebeu em 2022 o prestigiado prémio Alfaguara pelo romance O Voo da Rainha e foi finalista da primeira edição do Man Booker International, em 2005.
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Santa Evita
A grande personagem deste romance não tem vida: é o corpo morto de Eva Perón. Mas Santa Evita, um dos maiores clássicos da literatura em língua espanhola, é também sobre Eva Perón viva, sobre o país que a adorou ou odiou e sobre as imensas contradições da alma humana. «A magia dos bons romances suborna os seus leitores, fá-los comer gato por lebre e corrompe-os ao seu capricho. Confesso que esta o conseguiu comigo, que sou perito velho no que se refere a não sucumbir facilmente às armadilhas da ficção. Santa Evita venceu-me desde a primeira página e acreditei, emocionei-me, sofri, tive prazer e, no decurso da leitura, contraí terríveis vícios e atraiçoei os meus mais caros princípios liberais.
Eu, que detesto com toda a minha alma os ditadores e os homens fortes e, ainda mais do que eles, os seus séquitos e as bovinas multidões que encandeiam, dei subitamente por mim desejando que Evita ressuscitasse e regressasse à Casa Rosada a fazer a revolução peronista. Quando uma ficção é capaz de induzir um mortal de firmes princípios e austeros costumes a estes excessos, não há a menor dúvida: deve ser proibida ou lida sem perda de tempo.» Do Prefácio de Mario Vargas Llosa
Eu, que detesto com toda a minha alma os ditadores e os homens fortes e, ainda mais do que eles, os seus séquitos e as bovinas multidões que encandeiam, dei subitamente por mim desejando que Evita ressuscitasse e regressasse à Casa Rosada a fazer a revolução peronista. Quando uma ficção é capaz de induzir um mortal de firmes princípios e austeros costumes a estes excessos, não há a menor dúvida: deve ser proibida ou lida sem perda de tempo.» Do Prefácio de Mario Vargas Llosa