Samanta Schweblin
Biografia
Samanta Schweblin nasceu em Buenos Aires, em 1978, onde estudou Cinema e Televisão. Os seus livros de contos Sete Casas Vazias e Pássaros na Boca (Elsinore, 2018) ganharam, entre outros, os prémios internacionais Casa de las Américas, Juan Rulfo e Narrativa Breve Ribera del Duero, e o seu primeiro e celebrado romance, Distância de Segurança (Elsinore, 2017), foi finalista do Prémio Internacional Man Booker.
Considerada uma das melhores escritoras de língua espanhola das últimas décadas, a sua obra está traduzida em mais de 25 línguas.
Considerada uma das melhores escritoras de língua espanhola das últimas décadas, a sua obra está traduzida em mais de 25 línguas.
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Sete Casas Vazias
«A minha mãe está deitada de barriga para baixo na alcatifa, no meio do quarto de casal. O açucareiro está em cima da cómoda, junto ao seu relógio e às suas pulseiras, que, evidentemente, tirou. Tem as pernas e os braços abertos e afastados, e, por momentos, pergunto-me se haverá outra forma de abraçar coisas tão descomunalmente grandes como uma casa, se é que é isso o que a minha mãe está a tentar fazer.»
A casa é o lugar da intimidade. As suas divisões, onde comemos, dormimos, discutimos, amamos, fazem parte do nosso passado, escondem segredos, desejos, traições. Por isso nos inquietamos sempre que alguém entra nesse espaço, sentimo-nos observados e julgados, como se algo que devia permanecer oculto fosse finalmente revelado ao mundo.
Em Sete Casas Vazias, Samanta Schweblin não se refreia de colocar o dedo nessa ferida, negando ao leitor qualquer espécie de alívio; e a perda, a violência afetiva, a doença, o egoísmo, as nossas falhas mais íntimas tornam-se, elas próprias, todo o espaço em que habitamos.
A casa é o lugar da intimidade. As suas divisões, onde comemos, dormimos, discutimos, amamos, fazem parte do nosso passado, escondem segredos, desejos, traições. Por isso nos inquietamos sempre que alguém entra nesse espaço, sentimo-nos observados e julgados, como se algo que devia permanecer oculto fosse finalmente revelado ao mundo.
Em Sete Casas Vazias, Samanta Schweblin não se refreia de colocar o dedo nessa ferida, negando ao leitor qualquer espécie de alívio; e a perda, a violência afetiva, a doença, o egoísmo, as nossas falhas mais íntimas tornam-se, elas próprias, todo o espaço em que habitamos.