Rui Chafes
Biografia
Rui Chafes nasceu em Lisboa, em 1966. Formou-se em Escultura na ESBAL, em 1989, seguindo depois para Dusseldórfia, onde frequentou a Kunstakademie, sob a direção do artista alemão Gerhard Merz. Expôs pela primeira vez individualmente em Lisboa (1986) numa exposição intitulada Pássaro Ofendido. Sonho e Morte, Centro Cultural de Belém, Lisboa (1993). Würzburg Bolton Landing (CAM/FCG), Lisboa (1995) e Durante o Fim, Sintra Museu de Arte Moderna, Palácio Nacional da Pena, Sintra (2000), são algumas das suas exposições mais importantes. Publicou vários livros (Würzburg Bolton Landing, Durante o Fim, O Silêncio de…), escolheu e traduziu Fragmentos de Novalis. Vencedor do Prémio Pessoa 2015.
partilhar
Em destaque VER +
Entre o Céu e a Terra
Rui Chafes: «Luz e trevas são a mesma coisa, em ambas reside a mesma energia. Quem possui ouro no seu âmago tem de aprender a trabalhar com ele, para que as outras pessoas consigam ver que, por trás da aparente escuridão, existe um ser de luz, um ser luminoso. A luz vem das trevas, pois é aí que nasce a luz.»
Reunindo a autobiografia do escultor (tão exacta quanto a memória o permite) e o registo de uma sua conferência, Entre o Céu e a Terra testemunha uma posição no mundo e, ao mesmo tempo, a dificuldade de resistir, sem nunca desistir.
Também a resistência poética que uma obra oferece, inclusivamente ao seu próprio autor, é a medida da sua qualidade. Uma obra de arte exige trabalho e esforço do público, não pode ser apenas mais um sedutor espectáculo para preguiçosos. Ela não deve menosprezar o espectador, tem de o ajudar a defender a sua dignidade nesta era de massificação, banalização, frivolidade, superficialidade, efemeridade mediática, consumismo desenfreado e sensacionalismo que espelham a vacuidade dos desígnios desta civilização do espectáculo que nos habituámos a aceitar com passiva indiferença.
Na esterilidade deste vazio, não se pode desistir de procurar a beleza e a verdade. Há que densificar o trabalho, para que possa existir espírito e pensamento. Será necessário instaurar pontos ásperos, baços, rugosos, e foscos num mundo escorregadio, brilhante e digital.
Reunindo a autobiografia do escultor (tão exacta quanto a memória o permite) e o registo de uma sua conferência, Entre o Céu e a Terra testemunha uma posição no mundo e, ao mesmo tempo, a dificuldade de resistir, sem nunca desistir.
Também a resistência poética que uma obra oferece, inclusivamente ao seu próprio autor, é a medida da sua qualidade. Uma obra de arte exige trabalho e esforço do público, não pode ser apenas mais um sedutor espectáculo para preguiçosos. Ela não deve menosprezar o espectador, tem de o ajudar a defender a sua dignidade nesta era de massificação, banalização, frivolidade, superficialidade, efemeridade mediática, consumismo desenfreado e sensacionalismo que espelham a vacuidade dos desígnios desta civilização do espectáculo que nos habituámos a aceitar com passiva indiferença.
Na esterilidade deste vazio, não se pode desistir de procurar a beleza e a verdade. Há que densificar o trabalho, para que possa existir espírito e pensamento. Será necessário instaurar pontos ásperos, baços, rugosos, e foscos num mundo escorregadio, brilhante e digital.