Roger Vailland
Biografia
Roger Vailland (Acy-en-Multien, 16 de outubro de 1907 - Meillonnas, 12 de maio de 1965) foi um romancista, ensaísta e dramaturgo francês. Dos seus romances destacam-se Drôle de Jeu (1945), Les Mauvais Coups (1948), Un Jeune Homme Seul (1951), 325 000 Francs (1955), La Loi (1957), vencedor do Prémio Goncourt. Das suas peças destacam-se Les Liaisons Dangereuses (1959) e Le Vice et La Vertu (1962). Vailland participou na Resistência Francesa durante a ocupação nazista. Drôle de Jeu é considerado um dos melhores romances sobre a Resistência Antifascista. Vailland ingressou no Partido Comunista Francês, mas renunciou após a supressão soviética da Revolução Húngara de 1956.
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Cabra-Cega
«Uma das mais marcantes leituras do final da minha adolescência. Outros tempos na nossa Terra que o romance, apaixonante, de Roger Vailland, de alguma forma evocava. A valentia, a dignidade, a coragem, o desejo, a traição, num turbilhão de empolgante leitura. Um livro que é também um retrato de Vailland, intelectual, libertino, resistente, militante clandestino nos anos de brasa da ocupação alemã. Um homem que mesmo na fase em que foi comunista nunca deixou de pensar pela sua cabeça e de ser umhomem de liberdade. Uma leitura que recomendo muito vivamente.»
João Barroso Soares
«Cabra-cega é actual mesmo no ‘datado’! Revela, vivo, dramático, a frustração que seria a desses jovens intelectuais, como Marat/Vailland - herói e libertino -, dos ideais de liberdade e de progresso como os viveram, nessa aventura de vida e de morte que foi a Resistência (Vailland entraria para o PCF em 52 e sairia em 56, depois do relatório Khrushchev e da invasão da Hungria): a divisão do socialismo, a grande decepção que foi o comunismo. Como as gerações posteriores descobririam, a sociedade então imaginada viria a ser realizada não pelo comunismo e com ele, mas pela democracia liberal, desde a prosperidade a um mundo que até nas conquistas da ciência, nas liberdades, nas emancipações, no progresso seria aquele por que combateram na Resistência. Drôle de Jeu é sobretudo, porventura, a reflexão que continuaria a ser a da minha geração, sobre o amor, a esperança, a vida, o sentido dos combates, sobre tudo, num tempo em que se inscreve a raiz de tanto do presente. Lê-se (reli-o) num ápice.»
Guilherme Valente
João Barroso Soares
«Cabra-cega é actual mesmo no ‘datado’! Revela, vivo, dramático, a frustração que seria a desses jovens intelectuais, como Marat/Vailland - herói e libertino -, dos ideais de liberdade e de progresso como os viveram, nessa aventura de vida e de morte que foi a Resistência (Vailland entraria para o PCF em 52 e sairia em 56, depois do relatório Khrushchev e da invasão da Hungria): a divisão do socialismo, a grande decepção que foi o comunismo. Como as gerações posteriores descobririam, a sociedade então imaginada viria a ser realizada não pelo comunismo e com ele, mas pela democracia liberal, desde a prosperidade a um mundo que até nas conquistas da ciência, nas liberdades, nas emancipações, no progresso seria aquele por que combateram na Resistência. Drôle de Jeu é sobretudo, porventura, a reflexão que continuaria a ser a da minha geração, sobre o amor, a esperança, a vida, o sentido dos combates, sobre tudo, num tempo em que se inscreve a raiz de tanto do presente. Lê-se (reli-o) num ápice.»
Guilherme Valente