Pierre Carlier
Biografia
Pierre Carlier é professor de História da Grécia na Universidade de Paris-X-Nanterre. As suas pesquisas centraram-se nas sociedades micénicas e na vida política das cidades gregas. É autor, nomeadamente, de Démosthène (Fayard, 1990) e Le IVe siècle grec (Seuil, 1995).
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Homero
Que figura histórica esconde o nome de Homero? Os Antigos, que não duvidavam da sua existência, consagraram-lhe inúmeras biografias, segundo as quais Homero teria morrido de desespero por não ter sabido decifrar um enigma apresentado por crianças, como se a sua morte simbolizasse a vaidade de toda a sabedoria… Actualmente, Homero continua a ser um grande enigma para os historiadores.
Porém, graças aos progressos da arqueologia, há cada vez mais dados sobre a época em que a Ilíada e a Odisseia foram compostas. É provável que as duas epopeias tenham sido compostas por autores diferentes. Inspirando-se em histórias lendárias que remontam à civilização micénica, transmitidas por gerações de bardos, os autores adaptaram-nas ao espírito do seu público, nem sempre tendo em mente o seu sentido original.
Esta obra reconstitui a génese dos poemas homéricos e convida-nos a relê-los enquadrando os grandes episódios na história da Grécia Antiga. Demonstra, em particular, que a sociedade e a civilização material descritas na Ilíada e na Odisseia são praticamente equivalentes, embora a função dos deuses e a ideologia real revelem profundas divergências. Em moldes próprios, os poemas homéricos são testemunhos históricos, ainda que se possa duvidar dos acontecimentos narrados: é inútil procurar a oliveira de Ítaca à sombra da qual Ulisses conversou com Atena, porém, a familiaridade do herói e da deusa dá-nos uma indicação preciosa sobre as mentalidades.
Porém, graças aos progressos da arqueologia, há cada vez mais dados sobre a época em que a Ilíada e a Odisseia foram compostas. É provável que as duas epopeias tenham sido compostas por autores diferentes. Inspirando-se em histórias lendárias que remontam à civilização micénica, transmitidas por gerações de bardos, os autores adaptaram-nas ao espírito do seu público, nem sempre tendo em mente o seu sentido original.
Esta obra reconstitui a génese dos poemas homéricos e convida-nos a relê-los enquadrando os grandes episódios na história da Grécia Antiga. Demonstra, em particular, que a sociedade e a civilização material descritas na Ilíada e na Odisseia são praticamente equivalentes, embora a função dos deuses e a ideologia real revelem profundas divergências. Em moldes próprios, os poemas homéricos são testemunhos históricos, ainda que se possa duvidar dos acontecimentos narrados: é inútil procurar a oliveira de Ítaca à sombra da qual Ulisses conversou com Atena, porém, a familiaridade do herói e da deusa dá-nos uma indicação preciosa sobre as mentalidades.