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A Arte Clássica e o Barroco
Classicismo e barroco partilham a Europa no século XVII. Nascido em Itália da vontade da Igreja em reanimar a fé católica, o barroco da Contra-Reforma privilegia a curva, o tumulto, a sobrecarga, o movimento, a proliferação de temas que saem da moldura e tomam posse de todo o espaço envolvente. O classicismo opõe-lhe a linha recta, o rigor, a sobriedade e a razão. Exprimindo-se essencialmente na arquitectura, ao passo que o barroco se manifesta sobretudo na pintura e nas artes decorativas, o classicismo, fenómeno essencialmente francês, opõe-se ao internacionalismo bastante diversificado do barroco que se exprime na Itália, Espanha, Flandres, em todo o Império germânico e na América do Sul. O livro mostra que, apesar das suas divergências, estas duas tendências manifestam a mesma vontade ostensiva de representação, quer se trate de glorificar o poder do soberano ou o poder da Igreja. Apresenta igualmente a mutação que se inicia após a morte do rei Luís XIV. A tranquilidade de viver reencontrada depois dos faustos e da grandiosidade dá lugar a uma dimensão mais humana da arte. O regresso ao indivíduo e o interesse pela natureza triunfam, quer se exprimam nas festas galantes do estilo «rococó», nas cenas moralistas de Greuze ou nas naturezas-mortas de Chardin. A obra conclui com a reacção neoclássica e o regresso ao antigo que marcam a segunda metade do século XVIII. Articulada de forma simultaneamente cronológica - estende-se de Bernini a David, passando por Caravaggio, Poussin, Rembrandt, Velásquez, Vermeer e Gainsborough - e temática, revela a particularidade deste período em que várias tendências artísticas se exprimem em simultâneo, ora de forma complementar, ora num confronto que afirma as incertezas da época.