partilhar
Em destaque VER +
Não Matem os Dinossáurios
Na última década do século XX, Portugal foi alvo de especial atenção por parte da comunidade científica internacional no domínio da paleontologia dos dinossáurios. Alguns concelhos do País prefiguravam-se como um dos mais ricos núcleos mundiais do género. Paleontólogos portugueses pretendiam concretizar projetos de sensibilização das populações rurais nas regiões onde se conheciam casos de ocultação de jazidas fósseis. O Professor Galopim de Carvalho, muito presente neste livro, era à época diretor do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa, tendo sido notavelmente estoico na luta pela preservação dos achados, também pedagógico e ponderado nos apelos aos agricultores. Enfrentou os poderes públicos, insurgindo-se contra a falta de apoios. Acabariam por chegar de forma mais que minguada, todavia lograram-se pontuais cedências.
Este livro não se arroga minimamente a um estatuto académico. Confina-se a histórias sobre ossos remotos à volta dos quais desfilam episódios extraordinários. Alguns com sabor quase anedótico. E faz-se o ponto da situação, a nível nacional, de um valiosíssimo património que continua a degradar-se perante a inanidade dos responsáveis das administrações central e local. Portugal poderia representar um dos mais visitados centros mundiais da paleontologia dos dinossáurios, com evidente interesse turístico, mas falta, sobretudo, vontade política.