Pedro Araújo
Biografia
Pedro Araújo, doutorado em Sociologia pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, é investigador do Centro de Estudos Sociais sendo membro do Núcleo de Estudos sobre Políticas Sociais, Trabalho e Desigualdades (POSTRADE). Os seus interesses de investigação centram-se em questões relacionadas com o desemprego e as experiências do desemprego, os Conselhos de Empresa Europeus e, mais recentemente, os desastres e a cidadania.
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Narrativas do Trauma
Narrativas do Trauma baseia-se numa análise comparativa entre França e Portugal sobre a forma como os Estados regulam e respondem aos desafios colocados pelos acidentes, pelas catástrofes e pela presença no espaço público das vítimas e dos seus familiares.
Conclui-se que, mais relevante do que construir uma genealogia do conceito de vítima, o que é fecundo teórica e epistemologicamente é perceber como os diferentes atores presentes neste campo — do Estado às empresas, das vítimas aos seus familiares e representantes — procuram circunscrever ou normalizar o impacto da vitimização nas políticas de cidadania, ou, no caso das vítimas e das suas associações, como a condição de vítima é potenciadora da configuração de uma lógica de cidadania e de acesso a direitos.
Além dos mecanismos convencionais de análise dos processos de vitimização, interessa-nos perceber como uma fenomenologia do desastre, como a questão do sofrimento e do corpo, permite a análise da produção dos laços sociais e coletivos, muitas vezes na luta e na reivindicação, mas também no silêncio, no recolhimento ou na rememoração.
Conclui-se que, mais relevante do que construir uma genealogia do conceito de vítima, o que é fecundo teórica e epistemologicamente é perceber como os diferentes atores presentes neste campo — do Estado às empresas, das vítimas aos seus familiares e representantes — procuram circunscrever ou normalizar o impacto da vitimização nas políticas de cidadania, ou, no caso das vítimas e das suas associações, como a condição de vítima é potenciadora da configuração de uma lógica de cidadania e de acesso a direitos.
Além dos mecanismos convencionais de análise dos processos de vitimização, interessa-nos perceber como uma fenomenologia do desastre, como a questão do sofrimento e do corpo, permite a análise da produção dos laços sociais e coletivos, muitas vezes na luta e na reivindicação, mas também no silêncio, no recolhimento ou na rememoração.