Ângela Maia
Biografia
Ângela Maia, doutorada em Psicologia Clínica pela Universidade do Minho (UM), é docente no Departamento de Psicologia Aplicada na Escola de Psicologia da UM. Faz parte da direção da International Society of Behavioral Medicine e é coordenadora da Unidade de Investigação em Vítimas, Agressores e Sistema de Justiça do Centro de Investigação em Psicologia da Escola de Psicologia da UM. Integra o Conselho Científico do Centro de Recursos de Stress em Contexto Militar do Ministério da Defesa e foi coordenadora de vários projetos que contaram com financiamento de organismos governamentais.
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Narrativas do Trauma
Narrativas do Trauma baseia-se numa análise comparativa entre França e Portugal sobre a forma como os Estados regulam e respondem aos desafios colocados pelos acidentes, pelas catástrofes e pela presença no espaço público das vítimas e dos seus familiares.
Conclui-se que, mais relevante do que construir uma genealogia do conceito de vítima, o que é fecundo teórica e epistemologicamente é perceber como os diferentes atores presentes neste campo — do Estado às empresas, das vítimas aos seus familiares e representantes — procuram circunscrever ou normalizar o impacto da vitimização nas políticas de cidadania, ou, no caso das vítimas e das suas associações, como a condição de vítima é potenciadora da configuração de uma lógica de cidadania e de acesso a direitos.
Além dos mecanismos convencionais de análise dos processos de vitimização, interessa-nos perceber como uma fenomenologia do desastre, como a questão do sofrimento e do corpo, permite a análise da produção dos laços sociais e coletivos, muitas vezes na luta e na reivindicação, mas também no silêncio, no recolhimento ou na rememoração.
Conclui-se que, mais relevante do que construir uma genealogia do conceito de vítima, o que é fecundo teórica e epistemologicamente é perceber como os diferentes atores presentes neste campo — do Estado às empresas, das vítimas aos seus familiares e representantes — procuram circunscrever ou normalizar o impacto da vitimização nas políticas de cidadania, ou, no caso das vítimas e das suas associações, como a condição de vítima é potenciadora da configuração de uma lógica de cidadania e de acesso a direitos.
Além dos mecanismos convencionais de análise dos processos de vitimização, interessa-nos perceber como uma fenomenologia do desastre, como a questão do sofrimento e do corpo, permite a análise da produção dos laços sociais e coletivos, muitas vezes na luta e na reivindicação, mas também no silêncio, no recolhimento ou na rememoração.