Otto B. Kraus
Biografia
Otto B. Kraus nasceu a 1 de setembro de 1921 em Praga, na antiga Checoslováquia. A sua família foi deportada em maio de 1942 para o gueto de Theresienstadt e de lá para o campo de Auschwitz, onde Otto se tornou um dos professores do Kinderblock, o bloco das crianas. O campo onde se encontravam foi encerrado ao fim de seis meses, tendo os prisioneiros saudáveis sido selecionados pelo infame Dr. Mengele e enviados para campos de trabalhos forçados na Alemanha. Os restantes - mais de sete mil pessoas, incluindo mães com filhos pequenos, os mais fracos e os mais velhos - foram mortos nas câmaras de gás. Otto foi um dos mil homens enviados para o campo de concentração de Schwartzheide-Sachsenhausen na Alemanha. Depois da
guerra, regressou a Praga, onde ficou a saber que ninguém da sua família tinha sobrevivido. Inscreveu-se na universidade para estudar Literatura, Filosofia, Inglês e Espanhol. Recebeu uma bolsa e começou a reconstruir a sua vida. Um dia, por acaso, encontrou Dita, que tinha sido uma das jovens do bloco das crianças de Auschwitz. Tornaram-se amigos e casaram em 1947. Emigraram para Israel, em 1949, começando por viver num kibutz. Mudaram-se posteriormente para a nova aldeia de Hadassim, onde Otto deu aulas de Inglês. Tiveram dois filhos e uma filha. Otto morreu a 5 de outubro de 2000, em casa, rodeado pela família.
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O Bloco das Crianças
Um romance autobiográfico sobre o bloco das crianças no campo de Auschwitz-Birkenau, da autoria de um sobrevivente do holocausto. Dormíamos num beliche para quatro pessoas mas, em alturas de sobrelotação, éramos sete e por vezes oito de cada vez.
Havia tão pouco espaço que, quando um de nós precisava de aliviar a pressão no corpo, tínhamos todos de nos virar num emaranhado de pernas, peitos e barrigas ocas como se fôssemos uma criatura com vários membros, um deus hindu ou uma centopeia. Desenvolvemos uma relação de intimidade, não só física, mas também mental porque sabíamos que, embora não tivéssemos saído todos do mesmo útero, iríamos certamente morrer juntos.
Alex Ehren é um poeta, prisioneiro e professor no bloco 31 de Auschwitz-Birkenau, o bloco das crianças. Ele passa os dias a esforçar-se por sobreviver enquanto dá aulas ilegalmente às crianças do seu grupo, tentando protegê-las o melhor que pode dos horrores inconcebíveis do campo. Mas tentar ensinar as crianças não é a única atividade ilegal em que Alex está envolvido.
Ele escreve um diário... o romance autobiográfico de Otto Kraus, um sobrevivente do holocausto, foi originalmente publicado com o título The Painted Wall. Narra a história verídica de várias centenas de crianças judias que viveram no campo de Auschwitz-Birkenau entre 1943 e 1944.
Havia tão pouco espaço que, quando um de nós precisava de aliviar a pressão no corpo, tínhamos todos de nos virar num emaranhado de pernas, peitos e barrigas ocas como se fôssemos uma criatura com vários membros, um deus hindu ou uma centopeia. Desenvolvemos uma relação de intimidade, não só física, mas também mental porque sabíamos que, embora não tivéssemos saído todos do mesmo útero, iríamos certamente morrer juntos.
Alex Ehren é um poeta, prisioneiro e professor no bloco 31 de Auschwitz-Birkenau, o bloco das crianças. Ele passa os dias a esforçar-se por sobreviver enquanto dá aulas ilegalmente às crianças do seu grupo, tentando protegê-las o melhor que pode dos horrores inconcebíveis do campo. Mas tentar ensinar as crianças não é a única atividade ilegal em que Alex está envolvido.
Ele escreve um diário... o romance autobiográfico de Otto Kraus, um sobrevivente do holocausto, foi originalmente publicado com o título The Painted Wall. Narra a história verídica de várias centenas de crianças judias que viveram no campo de Auschwitz-Birkenau entre 1943 e 1944.