Óssip Mandelstam
Biografia
Óssip Mandelstam nasceu em Varsóvia, em janeiro de 1891, numa família judaica pequeno-burguesa. Em 1894 a família passou a viver nos arredores de Petersburgo, e depois, em 1897, na própria cidade, onde Mandelstam frequentou a famosa escola de Ténichev. Foi aí que o futuro poeta entrou no mundo da tradição poética russa e da cultura estética nova. Terminado o curso da escola, viajou pela Europa, viveu dois anos em Paris (1907-1908), visitou a Suíça, a Itália e a Alemanha. Em 1913 foi editado o seu primeiro livro de poemas, Pedra, ainda muito influenciado pela tendência dominante simbolista. Em 1911, Mandelstam integrou o novo grupo literário em que entraram, entre outros, os poetas Nikolai Gumiliov, Anna Akhmátova e Serguei Gorodétski. Um ano depois, a nova corrente literária, surgida como uma superação lógica do simbolismo, foi batizada de «acmeísmo». Mandelstam foi uma das muitas vítimas da repressão estalinista. O poeta, que tinha inicialmente um grande entusiasmo pela primeira revolução russa de 1905 e pela atividade política dos socialistas-revolucionários, já não podia compactuar com a doutrina política de um regime que fuzilou Nikolai Gumiliov em 1921. Assim, passou vários anos exilado, cumprindo sentenças por «atividades antissoviéticas e contrarrevolucionárias», acabando por morrer num campo de trânsito nos arredores de Vladivostok em dezembro de 1938.
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Crepúsculo da Liberdade
Crepúsculo da Liberdade apresenta uma recolha de prosa e poesia de Óssip Mandelstam, um dos poetas modernos mais aclamados em todo o mundo.
A vida curta e trágica de Óssip Mandelstam (1891-1938), um dos maiores poetas do século xx, continua, do mesmo modo que a sua obra, a emocionar cada nova geração de leitores e admiradores do seu talento. Um dos melhores representantes do Século de Prata da poesia russa, poeta do acmeísmo, contemporâneo de Anna Akhmátova, Marina Tsvetáeva e Boris Pasternak, Mandelstam revolucionou a fala poética. A sua poesia contém visões e descobertas lírico-filosóficas únicas relativamente ao sentido da existência humana, à natureza do trabalho criador, às leis da história e da cultura. Na época de intensa repressão do «grande terror» estalinista, quando escrever poemas podia significar – e efetivamente significou – a morte, a obra deste escritor reflete a relação extremamente complicada que tinha com o seu século.
Além de uma extensa seleção da obra poética de Mandelstam, este volume apresenta também uma parte significativa dos seus escritos em prosa, que vão desde as recordações de infância às impressões da sua viagem à Arménia e aos ensaios sobre literatura, linguagem e o processo poético.