Marta Lamalfa
Biografia
Marta Lamalfa nasceu em Palmi, na Calábria, em 1990. É licenciada em Línguas e Culturas do Médio Oriente e do Norte de África e tem um mestrado em Edição e Escrita pela Universidade «La Sapienza» de Roma. Toca piano e fala quatro línguas além do italiano: inglês, francês, espanhol e alemão. Vive em Roma, onde trabalha no gabinete de imprensa de uma organização humanitária. O seu romance A Ilha as Mulheres Voam está entre os livros recomendados da 36.ª edição do Prémio Italo Calvino.
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A Ilha Onde as Mulheres Voam
Entre 1903 e 1905, o centeio da ilha de Alicudi foi contaminado por fungos e adquiriu propriedades alucinogénias. Esse centeio foi abundantemente utilizado para fazer pão, a base da alimentação na época. Por causa disso, os habitantes da ilha acabaram por ser involuntariamente submetidos a uma experiência psicadélica coletiva, comprovada por vários estudos. Ainda hoje se contam histórias lendárias em torno da Ilha onde as Mulheres Voam.
Caterina olha para o corpo inerte e duro de Maria, a sua irmã gémea, e sabe que a sua vida vai mudar para sempre. Embora tenha ficado com mais espaço no quarto, a mãe dá-lhe agora mais trabalho nos campos, a entregar anchovas e nas tarefas domésticas, enquanto espera pelo seu dia preferido: quando todos se reúnem para amassar o pão.
Aquele pão, agora negro e amargo, é tudo o que lhes resta. Nesses pedaços de alimento está a chave para Caterina escapar a um presente cada vez mais solitário e penoso, vislumbrando mulheres mágicas que pairam no céu soturno da ilha e logo se desvanecem na bruma. O que ela não sabe é que os cenários dessas visões extraordinárias são comuns a todos os outros habitantes. E que, para ela, e para todos, chegará o momento de escolher entre a realidade e o sonho.
Caterina olha para o corpo inerte e duro de Maria, a sua irmã gémea, e sabe que a sua vida vai mudar para sempre. Embora tenha ficado com mais espaço no quarto, a mãe dá-lhe agora mais trabalho nos campos, a entregar anchovas e nas tarefas domésticas, enquanto espera pelo seu dia preferido: quando todos se reúnem para amassar o pão.
Aquele pão, agora negro e amargo, é tudo o que lhes resta. Nesses pedaços de alimento está a chave para Caterina escapar a um presente cada vez mais solitário e penoso, vislumbrando mulheres mágicas que pairam no céu soturno da ilha e logo se desvanecem na bruma. O que ela não sabe é que os cenários dessas visões extraordinárias são comuns a todos os outros habitantes. E que, para ela, e para todos, chegará o momento de escolher entre a realidade e o sonho.