Maria Toorpakai
Biografia
Maria Toorpakai Wazir é a melhor atleta feminina do Paquistão em squash. Tendo crescido numa das Áreas Tribais do país, conhecidas pelo seu extremo tradicionalismo, Maria, desde sempre amante do desporto, treinou e competiu disfarçada de rapaz em diversas ocasiões. É irmã de Ayesha Gulalai, um dos membros femininos mais proeminentes da Assembleia Nacional paquistanesa.
A sua é, sobretudo, uma história real sobre as vítimas da opressão social.
A sua é, sobretudo, uma história real sobre as vítimas da opressão social.
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Uma filha diferente
Maria Toorpakai Wazir nasceu numa Área Tribal do Paquistão, numa zona repressiva e violenta, onde a simples ideia de mulheres serem atletas profissionais é considerada haram (a palavra árabe para «proibido»). No entanto, Maria, fruto de uma união singular, foi desde tenra idade incentivada a viver como rapaz - a sua família, e em particular o pai, sabiam que só assim ela conseguiria evoluir enquanto ser humano.
Uma filha diferente retrata a jornada angustiante de Maria desde que lhe foi permitido viver como rapaz até à descoberta do desporto como forma de emancipação - primeiro, o halterofilismo, ainda sob «disfarce», e mais tarde o squash, a sua verdadeira paixão; do montanhoso Vaziristão do Sul aos becos violentos da cidade fronteiriça de Peshawar e, mais tarde, o mundo ocidental. Para Maria, o desporto foi a tábua de salvação de uma existência submetida ao purdah, a ultraconservadora prática muçulmana na qual se isolam as mulheres, velando-as e confinando-as ao espaço da casa.
No entanto, a visibilidade nacional, fruto de um rio de sangue, suor e lágrimas, significou também uma sentença de morte: as luzes da ribalta colocaram-na, e à família, na mira dos talibãs paquistaneses. A única hipótese de sobrevivência de Maria é fugir do país. Graças ao desporto que tanto ama, alcança finalmente o seu sonho: ser uma campeã e uma voz ativa em defesa dos mais elementares direitos das mulheres.
Uma filha diferente retrata a jornada angustiante de Maria desde que lhe foi permitido viver como rapaz até à descoberta do desporto como forma de emancipação - primeiro, o halterofilismo, ainda sob «disfarce», e mais tarde o squash, a sua verdadeira paixão; do montanhoso Vaziristão do Sul aos becos violentos da cidade fronteiriça de Peshawar e, mais tarde, o mundo ocidental. Para Maria, o desporto foi a tábua de salvação de uma existência submetida ao purdah, a ultraconservadora prática muçulmana na qual se isolam as mulheres, velando-as e confinando-as ao espaço da casa.
No entanto, a visibilidade nacional, fruto de um rio de sangue, suor e lágrimas, significou também uma sentença de morte: as luzes da ribalta colocaram-na, e à família, na mira dos talibãs paquistaneses. A única hipótese de sobrevivência de Maria é fugir do país. Graças ao desporto que tanto ama, alcança finalmente o seu sonho: ser uma campeã e uma voz ativa em defesa dos mais elementares direitos das mulheres.