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Enfermagem de Reabilitação
Os inúmeros factores que intervêm no processo de formação de um adulto, colocam-nos no limiar de uma reflexão apaixonante, mas cuja finalidade nos reduz à insipiência de quem procura: o livro "Colectânea de textos - Enfermagem de Reabilitação" que tenho o prazer de organizar, prefaciar e apresentar, transpõe o leitor para uma parte do contínuo processo de formação, aqui percebida como uma globalidade que inclui tudo o que o indivíduo faz da sua história num processo só interrompido pela morte.
Trata-se de um compêndio que engloba o trabalho de formação em investigação de um grupo de estudantes do Curso de Pós-licenciatura em Enfermagem de Reabilitação; um produto genuíno em diversos aspectos, dos quais realço:
1. Tratar-se, para muitos dos estudantes que surgem como co-autores, do primeiro trabalho de investigação que fizeram, o que só por si denota o interesse que colocaram na tarefa de investigar e de aprender a investigar;
2. Tratar-se de um conjunto de estudos, que, de um modo geral se centram nos problemas de saúde dos cidadãos e, de um modo particular, naqueles que necessitam da intervenção específica do enfermeiro de reabilitação, expert da área de enfermagem, que, longe de ser um generalista especializado, centra a sua actividade no ramo específico da transição dos sujeitos para a autonomia e bem-estar possíveis, mediante um conjunto de saberes cientificamente fundamentados, evidenciados em resultados de pesquisa (como a presente obra exemplifica) e partilhados de modo interdisciplinar;
3. Surge após alguns anos de o CPLEER ter terminado, o que nos permite identificar um grupo de estudantes que se mantém activo, coeso e em interacção, quer com a finalidade de publicar esta obra, quer com outros objectivos de aprofundamento da Enfermagem de Reabilitação, no qual insiro a realização de um evento científico designado como REABILIDADES, que tenho acompanhado com muito interesse e que por si só, pode constituir-se num caso de estudo;
4. O livro em si, como produto de uma empreitada de formação, o qual, apesar de todos os esforços de aperfeiçoamento que foram realizados, pode conter algumas lacunas e encerrar pequenas fragilidades; estes aspectos, devolvem ao leitor a possibilidade e a responsabilidade de desenvolver o espírito crítico e de transformar o livro que tem entre mãos num processo de reflexão, de pesquisa e de auto- aprendizagem.
Estamos pois perante uma obra que é resultado de um processo de formação. Formação é palavra que se aplica frequentemente, tanto para designar quem forma como quem é formado; daí que os orientadores e professores surjam a seu pedido (o que muito nos honra) como os organizadores desta colectânea. Acto e efeito sujeitam-se a um mesmo termo, ocasionando alguma ambiguidade no seu significado. Carece pois de enquadramento na palavra formação, a denominação a dar à intervenção querida, planeada e imaginada por quem se forma; essa tal "outra coisa" de que fala António Nóvoa que é permanente e temporal, mas de carácter mediático, e que invade todas as fases da vida, todos os domínios.
O domínio desta obra, globalmente compreendido no âmbito da disciplina de Enfermagem, tem o seu sentido mais específico e actual na especialização em Enfermagem de Reabilitação, especialidade que teve a sua génese para fazer a profilaxia da perda de qualificação dos enfermeiros face à evolução do conhecimento (1965); este terá sido o mote que esteve na origem da formação dos primeiros Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Reabilitação há quase cinquenta anos atrás.
Pelos anos ‘60 e ‘70 a Enfermagem assistia e participava no desenvolvimento acelerado dos serviços de saúde, auferindo do alargamento de conhecimentos oriundos das Ciências Sociais e Humanas: a principal mudança em termos de concepção de hospital foi passar a vê-lo como um centro de actividade onde se curam e tratam os doentes, mas também onde se previne a doença, se faz ensino para a saúde e se reabilita física e socialmente o indivíduo, a família e a comunidade em geral. A formação dos Enfermeiros de Reabilitação assentou pois no princípio de ajudar a pessoa a progredir no sentido da sua independência máxima em cada uma das actividades da sua vida quotidiana e ajudá-la a manter-se nesse estado de desenvolvimento / equilíbrio.
Os cuidados de Enfermagem de Reabilitação não têm sentido senão em relação com a sua realidade - a pessoa, o deficiente ou o incapacitado, a família - e a maneira como vive a sua incapacidade. Acredito que no actual sistema de formação dos Enfermeiros especialistas, as bases das competências relacionais já estão lançadas há muito tempo; as mudanças ao nível do saber ser e do saber cuidar ocorrem como actos volitivos e pessoais e muito beneficiam com a intervenção dos serviços e seus profissionais. Esta intervenção e agora aí incluindo os elementos de natureza cognitiva, tem características bidireccionais, deve ser fruto e indutora de processos de investigação contextualizados aos terrenos da prática, a mesma que entusiasmou este grupo de jovens estudantes a publicar esta "Colectânea de textos - Enfermagem de Reabilitação", sobre cuja especificidade passo agora a referir-me:
1. A FAMÍLIA NA EXPERIÊNCIA DE CUIDAR DE UM DOENTE AMPUTADO: Estudo baseado em entrevistas a familiares de doentes submetidos a amputação, com o objectivo de compreender como percepcionam e lidam com esta situação de crise. Os resultados evidenciam os múltiplos sofrimentos que atravessam esta situação de crise e que o papel do enfermeiro de reabilitação alicerça a esperança das famílias de que o seu familiar conseguirá reabilitar-se e reintegrar-se numa sociedade da qual é parte integrante.
2. ESTRATÉGIAS ADAPTATIVAS FACE À INCAPACIDADE PERMANENTE EM CONTEXTO DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: Estudo de natureza fenomenológica no qual os doentes hemiplégicos foram entrevistados e cujos resultados indiciam que a integridade fisiológica é aquela que é percepcionada como fonte de maior incapacidade e no qual as unidades de cuidados continuados, designadamente as unidades de convalescença, foram apontadas como influenciadoras da reorganização pessoal e familiar e o enfermeiro de reabilitação como um agente que ensina, promove e motiva para a autonomia.
3. ARTICULAÇÃO E CONTINUIDADE DE CUIDADOS NO CLIENTE COM DPOC: Através de entrevistas a enfermeiros, o estudo confirma a necessidade de repensar as estratégias de intervenção dos enfermeiros de reabilitação bem como a sua articulação formal e informal com os clientes com DPOC, além da necessidade de investir mais no cliente e no prestador de cuidados, designadamente através de processos de formação adequados.
4. O REGRESSO A CASA DO DOENTE HEMIPLÉGICO: ORGANIZAÇÃO DA FAMÍLIA PARA PROMOVER O BEM-ESTAR: Estudo realizado através de entrevistas a doentes e prestadores de cuidados, os seus resultados, para além de enfatizarem o papel da família no processo de regresso a casa, assinalam a importância da intervenção do enfermeiro de reabilitação e da equipe com quem trabalha em proporcionarem formação/informação que permitam uma melhor organização familiar facilitadora de um regresso a casa bem sucedido.
5. VIVÊNCIAS DA PESSOA SUBMETIDA A VENTILAÇÃO NÃO-INVASIVA NO DOMICÍLIO: um conjunto de relatos experienciais de pessoas em ventilação não invasiva no domicílio, permitiram identificar processos de transição para a adaptação dos próprios utentes, o envolvimento dos familiares e que a compreensão das vivências dos utentes permite desenvolver intervenções de enfermagem de reabilitação globais, solidárias e humanizadas.
6. MOBILIDADE NO INSUFICIENTE RENAL CRÓNICO: utilizando os sistemas de enfermagem de Orem e as actividades nele referenciadas, o estudo envolveu como participantes doentes, enfermeiros generalistas e médicos e, permitiu verificar que estes doentes podem apresentar limitações na área da mobilidade, o que compromete as actividades diárias, autonomia e qualidade de vida; de acordo com Orem, as intervenções passam pela assistência, substituição e ensino, promovendo assim a sua autonomia.
7. DO ENVELHECER AO SER IDOSO HOSPITALIZADO PASSANDO PELAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: utilizando como estratégia de recolha de dados a entrevista a idosos, o estudo realizado permitiu perceber que os idosos têm sobre os Serviços de Urgência uma imagem favorável (profissionais de saúde, infra-estruturas físicas e estrutura de funcionamento) e que toda a mudança nos cuidados aos idosos passa pelo seu envolvimento e suas famílias, interesse e participação e pela interacção e compromisso com os seus conhecimentos e capacidades.
8. CRIANÇA COM FIBROSE QUÍSTICA, QUE IMPLICAÇÕES NA FAMÍLIA? Procurando compreender as implicações da doença crónica e o papel dos enfermeiros de reabilitação na família da criança com fibrose quística, e dado que cuidar de uma criança, com doença crónica requer muito tempo e energia, entrevistaram-se prestadores de cuidados. Os resultados relevam a percepção da supremacia dos cuidados técnicos pelo que se evidencia a necessidade de uma abordagem por parte dos enfermeiros mais centrada na família.
Em jeito de conclusão deste prefácio e face aos oito estudos apresentados (esta breve apresentação não substitui a necessidade da leitura de cada uma das investigações) diria que estas pesquisas (cuja ordem de apresentação neste prefácio não tem qualquer significado), para além das evidências que nos trazem representam um conjunto de ganhos consideráveis, que sintetizo:
- O aumento de conhecimentos numa área a carecer de mais e melhores evidências científicas, como alicerce da prática;
- O aumento da capacidade de inovar através de processos de investigação que endereçam para cuidados que melhoram as vida das pessoas
- Uma maior sustentabilidade da(s) prática(s) de enfermagem, designadamente:
- Por uma maior eficácia e utilidade social
-Um melhor reconhecimento da profissão pela população, pelos parceiros profissionais e pelos poderes políticos.
A todos os que lerem esta obra, aproveitem-na como fonte de inspiração para novos percursos de investigação e de aprendizagem e nunca se deixem esmorecer na arte de cuidar e de reabilitar…a meta é a SABEDORIA! Aos estudantes que trabalharam longamente estes temas, se esforçaram e aceitaram o desafio de partilhar o seu trabalho, o meu apreço e gratidão pelo que com eles aprendi; às colegas que comigo coordenam esta colectânea e que foram orientadoras de parte dos trabalhos…o caminho é longo e ainda temos muito trabalho pela frente para termos uma MELHOR E MAIOR ENFERMAGEM DE REABILITAÇÃO!
Porto, 25 de Novembro de 2010
Maria Arminda Mendes Costa, RN, MsC, Phd.
Trata-se de um compêndio que engloba o trabalho de formação em investigação de um grupo de estudantes do Curso de Pós-licenciatura em Enfermagem de Reabilitação; um produto genuíno em diversos aspectos, dos quais realço:
1. Tratar-se, para muitos dos estudantes que surgem como co-autores, do primeiro trabalho de investigação que fizeram, o que só por si denota o interesse que colocaram na tarefa de investigar e de aprender a investigar;
2. Tratar-se de um conjunto de estudos, que, de um modo geral se centram nos problemas de saúde dos cidadãos e, de um modo particular, naqueles que necessitam da intervenção específica do enfermeiro de reabilitação, expert da área de enfermagem, que, longe de ser um generalista especializado, centra a sua actividade no ramo específico da transição dos sujeitos para a autonomia e bem-estar possíveis, mediante um conjunto de saberes cientificamente fundamentados, evidenciados em resultados de pesquisa (como a presente obra exemplifica) e partilhados de modo interdisciplinar;
3. Surge após alguns anos de o CPLEER ter terminado, o que nos permite identificar um grupo de estudantes que se mantém activo, coeso e em interacção, quer com a finalidade de publicar esta obra, quer com outros objectivos de aprofundamento da Enfermagem de Reabilitação, no qual insiro a realização de um evento científico designado como REABILIDADES, que tenho acompanhado com muito interesse e que por si só, pode constituir-se num caso de estudo;
4. O livro em si, como produto de uma empreitada de formação, o qual, apesar de todos os esforços de aperfeiçoamento que foram realizados, pode conter algumas lacunas e encerrar pequenas fragilidades; estes aspectos, devolvem ao leitor a possibilidade e a responsabilidade de desenvolver o espírito crítico e de transformar o livro que tem entre mãos num processo de reflexão, de pesquisa e de auto- aprendizagem.
Estamos pois perante uma obra que é resultado de um processo de formação. Formação é palavra que se aplica frequentemente, tanto para designar quem forma como quem é formado; daí que os orientadores e professores surjam a seu pedido (o que muito nos honra) como os organizadores desta colectânea. Acto e efeito sujeitam-se a um mesmo termo, ocasionando alguma ambiguidade no seu significado. Carece pois de enquadramento na palavra formação, a denominação a dar à intervenção querida, planeada e imaginada por quem se forma; essa tal "outra coisa" de que fala António Nóvoa que é permanente e temporal, mas de carácter mediático, e que invade todas as fases da vida, todos os domínios.
O domínio desta obra, globalmente compreendido no âmbito da disciplina de Enfermagem, tem o seu sentido mais específico e actual na especialização em Enfermagem de Reabilitação, especialidade que teve a sua génese para fazer a profilaxia da perda de qualificação dos enfermeiros face à evolução do conhecimento (1965); este terá sido o mote que esteve na origem da formação dos primeiros Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Reabilitação há quase cinquenta anos atrás.
Pelos anos ‘60 e ‘70 a Enfermagem assistia e participava no desenvolvimento acelerado dos serviços de saúde, auferindo do alargamento de conhecimentos oriundos das Ciências Sociais e Humanas: a principal mudança em termos de concepção de hospital foi passar a vê-lo como um centro de actividade onde se curam e tratam os doentes, mas também onde se previne a doença, se faz ensino para a saúde e se reabilita física e socialmente o indivíduo, a família e a comunidade em geral. A formação dos Enfermeiros de Reabilitação assentou pois no princípio de ajudar a pessoa a progredir no sentido da sua independência máxima em cada uma das actividades da sua vida quotidiana e ajudá-la a manter-se nesse estado de desenvolvimento / equilíbrio.
Os cuidados de Enfermagem de Reabilitação não têm sentido senão em relação com a sua realidade - a pessoa, o deficiente ou o incapacitado, a família - e a maneira como vive a sua incapacidade. Acredito que no actual sistema de formação dos Enfermeiros especialistas, as bases das competências relacionais já estão lançadas há muito tempo; as mudanças ao nível do saber ser e do saber cuidar ocorrem como actos volitivos e pessoais e muito beneficiam com a intervenção dos serviços e seus profissionais. Esta intervenção e agora aí incluindo os elementos de natureza cognitiva, tem características bidireccionais, deve ser fruto e indutora de processos de investigação contextualizados aos terrenos da prática, a mesma que entusiasmou este grupo de jovens estudantes a publicar esta "Colectânea de textos - Enfermagem de Reabilitação", sobre cuja especificidade passo agora a referir-me:
1. A FAMÍLIA NA EXPERIÊNCIA DE CUIDAR DE UM DOENTE AMPUTADO: Estudo baseado em entrevistas a familiares de doentes submetidos a amputação, com o objectivo de compreender como percepcionam e lidam com esta situação de crise. Os resultados evidenciam os múltiplos sofrimentos que atravessam esta situação de crise e que o papel do enfermeiro de reabilitação alicerça a esperança das famílias de que o seu familiar conseguirá reabilitar-se e reintegrar-se numa sociedade da qual é parte integrante.
2. ESTRATÉGIAS ADAPTATIVAS FACE À INCAPACIDADE PERMANENTE EM CONTEXTO DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: Estudo de natureza fenomenológica no qual os doentes hemiplégicos foram entrevistados e cujos resultados indiciam que a integridade fisiológica é aquela que é percepcionada como fonte de maior incapacidade e no qual as unidades de cuidados continuados, designadamente as unidades de convalescença, foram apontadas como influenciadoras da reorganização pessoal e familiar e o enfermeiro de reabilitação como um agente que ensina, promove e motiva para a autonomia.
3. ARTICULAÇÃO E CONTINUIDADE DE CUIDADOS NO CLIENTE COM DPOC: Através de entrevistas a enfermeiros, o estudo confirma a necessidade de repensar as estratégias de intervenção dos enfermeiros de reabilitação bem como a sua articulação formal e informal com os clientes com DPOC, além da necessidade de investir mais no cliente e no prestador de cuidados, designadamente através de processos de formação adequados.
4. O REGRESSO A CASA DO DOENTE HEMIPLÉGICO: ORGANIZAÇÃO DA FAMÍLIA PARA PROMOVER O BEM-ESTAR: Estudo realizado através de entrevistas a doentes e prestadores de cuidados, os seus resultados, para além de enfatizarem o papel da família no processo de regresso a casa, assinalam a importância da intervenção do enfermeiro de reabilitação e da equipe com quem trabalha em proporcionarem formação/informação que permitam uma melhor organização familiar facilitadora de um regresso a casa bem sucedido.
5. VIVÊNCIAS DA PESSOA SUBMETIDA A VENTILAÇÃO NÃO-INVASIVA NO DOMICÍLIO: um conjunto de relatos experienciais de pessoas em ventilação não invasiva no domicílio, permitiram identificar processos de transição para a adaptação dos próprios utentes, o envolvimento dos familiares e que a compreensão das vivências dos utentes permite desenvolver intervenções de enfermagem de reabilitação globais, solidárias e humanizadas.
6. MOBILIDADE NO INSUFICIENTE RENAL CRÓNICO: utilizando os sistemas de enfermagem de Orem e as actividades nele referenciadas, o estudo envolveu como participantes doentes, enfermeiros generalistas e médicos e, permitiu verificar que estes doentes podem apresentar limitações na área da mobilidade, o que compromete as actividades diárias, autonomia e qualidade de vida; de acordo com Orem, as intervenções passam pela assistência, substituição e ensino, promovendo assim a sua autonomia.
7. DO ENVELHECER AO SER IDOSO HOSPITALIZADO PASSANDO PELAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: utilizando como estratégia de recolha de dados a entrevista a idosos, o estudo realizado permitiu perceber que os idosos têm sobre os Serviços de Urgência uma imagem favorável (profissionais de saúde, infra-estruturas físicas e estrutura de funcionamento) e que toda a mudança nos cuidados aos idosos passa pelo seu envolvimento e suas famílias, interesse e participação e pela interacção e compromisso com os seus conhecimentos e capacidades.
8. CRIANÇA COM FIBROSE QUÍSTICA, QUE IMPLICAÇÕES NA FAMÍLIA? Procurando compreender as implicações da doença crónica e o papel dos enfermeiros de reabilitação na família da criança com fibrose quística, e dado que cuidar de uma criança, com doença crónica requer muito tempo e energia, entrevistaram-se prestadores de cuidados. Os resultados relevam a percepção da supremacia dos cuidados técnicos pelo que se evidencia a necessidade de uma abordagem por parte dos enfermeiros mais centrada na família.
Em jeito de conclusão deste prefácio e face aos oito estudos apresentados (esta breve apresentação não substitui a necessidade da leitura de cada uma das investigações) diria que estas pesquisas (cuja ordem de apresentação neste prefácio não tem qualquer significado), para além das evidências que nos trazem representam um conjunto de ganhos consideráveis, que sintetizo:
- O aumento de conhecimentos numa área a carecer de mais e melhores evidências científicas, como alicerce da prática;
- O aumento da capacidade de inovar através de processos de investigação que endereçam para cuidados que melhoram as vida das pessoas
- Uma maior sustentabilidade da(s) prática(s) de enfermagem, designadamente:
- Por uma maior eficácia e utilidade social
-Um melhor reconhecimento da profissão pela população, pelos parceiros profissionais e pelos poderes políticos.
A todos os que lerem esta obra, aproveitem-na como fonte de inspiração para novos percursos de investigação e de aprendizagem e nunca se deixem esmorecer na arte de cuidar e de reabilitar…a meta é a SABEDORIA! Aos estudantes que trabalharam longamente estes temas, se esforçaram e aceitaram o desafio de partilhar o seu trabalho, o meu apreço e gratidão pelo que com eles aprendi; às colegas que comigo coordenam esta colectânea e que foram orientadoras de parte dos trabalhos…o caminho é longo e ainda temos muito trabalho pela frente para termos uma MELHOR E MAIOR ENFERMAGEM DE REABILITAÇÃO!
Porto, 25 de Novembro de 2010
Maria Arminda Mendes Costa, RN, MsC, Phd.