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Sulcos
«Digamos que a filosofia designa a excedência ou o transbordo da linguagem sempre a partir da linguagem e segundo ela. A poesia, pelo contrário, diz este transbordo ou este fora por dentro da sua própria dicção. O filósofo fala sempre, mesmo quando se trata do fora-da-linguagem. O poeta cala-se sempre num momento ou noutro - e, de cada vez, no seio da sua própria fala…»
«Ser surpreendido, trazer-se para a obra [de arte contemporânea], tentar nela entrar, é também contemplar. Contemplar - verdadeiramente - não é de todo passivo e imóvel. Ou é uma passividade activa, mesmo quando se fica a olhar…»
«[…] não sabemos o que é a técnica. Trata-se sem dúvida da revelação da nossa própria finalidade sem fim: inventamos fins, mas não sabemos se esses fins têm eles próprios fins. […] a nossa medicina é muito mais performativa do que a de todas as outras culturas, mas é também uma medicina ligada a um conjunto que nós produzimos (doenças, durações de vida, alimentações, respirações, exposições a agentes tóxicos diversos, etc.). Isso revela-nos que a nossa vida enquanto duração, conservação e «saúde» não pode constituir um fim em si. Haverá, pois, que lhe dar um outro sentido…»
Jean-Luc Nancy
«Sintetizando, o título Sulcos para este pequeno livro surgiu em acordo com Nancy, partindo da ideia de linhas possíveis que se foram traçando, sulcando em abertura e por vezes em deriva, segundo as abordagens indicadas no subtítulo e nas partes que dividem o texto.
A ilustração da capa é uma imagem possível para Sulcos, onde se observa uma estratigrafia de linhas gravadas num emaranhado labiríntico, divisando-se figuras de animais (gravuras rupestres de Foz Côa). Outras pistas e analogias ficarão ao critério do leitor.»
Luís de Barreiros Tavares, na Nota Prévia
«Ser surpreendido, trazer-se para a obra [de arte contemporânea], tentar nela entrar, é também contemplar. Contemplar - verdadeiramente - não é de todo passivo e imóvel. Ou é uma passividade activa, mesmo quando se fica a olhar…»
«[…] não sabemos o que é a técnica. Trata-se sem dúvida da revelação da nossa própria finalidade sem fim: inventamos fins, mas não sabemos se esses fins têm eles próprios fins. […] a nossa medicina é muito mais performativa do que a de todas as outras culturas, mas é também uma medicina ligada a um conjunto que nós produzimos (doenças, durações de vida, alimentações, respirações, exposições a agentes tóxicos diversos, etc.). Isso revela-nos que a nossa vida enquanto duração, conservação e «saúde» não pode constituir um fim em si. Haverá, pois, que lhe dar um outro sentido…»
Jean-Luc Nancy
«Sintetizando, o título Sulcos para este pequeno livro surgiu em acordo com Nancy, partindo da ideia de linhas possíveis que se foram traçando, sulcando em abertura e por vezes em deriva, segundo as abordagens indicadas no subtítulo e nas partes que dividem o texto.
A ilustração da capa é uma imagem possível para Sulcos, onde se observa uma estratigrafia de linhas gravadas num emaranhado labiríntico, divisando-se figuras de animais (gravuras rupestres de Foz Côa). Outras pistas e analogias ficarão ao critério do leitor.»
Luís de Barreiros Tavares, na Nota Prévia