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Porquê a Mim?
Escrita sob um nome suposto, esta é a confissão brutal, redigida numa cama de hospital, de uma jornalista jovem, livre, ambiciosa e atingida pelo SIDA. Ao mesmo tempo que constitui um testemunho cru sobre os costumes do jornalismo e da política, o livro é também uma reflexão lúcida sobre esta doença cuja extensão, abundantemente referida pelos meios de comunicação, repõe em questão a liberdade sexual...
"É preciso ir até ao fim desta confissão. Dizer tudo. De que me servem as meias-verdades?
Já ultrapassei os limites do pudor e da decência.
Os que me vão ler - e eu quero que me leiam! - têm de saber.
Que me julguem como quiserem. Estou condenada não pelo seu veredicto mas pelo acaso, que fez com que fosse minada por esta coisa que não vejo, que durante muito tempo não senti mas que está a fazer o seu trabalho dentro de mim.
Que digam, se quiserem, que acaso é uma palavra cómoda. Que eu infringi todas as regras, desde a adolescência. Que pago pelo meu cinismo e pela minha avidez e que Deus se vingou de mim. Que se tranquilizem assim, se quiserem.
Eu também pensei nisso quando soube que era uma das escolhidas. Disse para mim mesma: "Tens apenas aquilo que mereces". Pensava que o mundo possuía um sentido, que a moral estava escrita no Céu e que não podíamos transgredi-la sem riscos.
Até rezei. Mas depois a revolta foi mais forte. Porquê a mim?"
A história verdadeira de uma jornalista que, marcada pelo SIDA, resolveu vingar-se.
Autobiográfico
"É preciso ir até ao fim desta confissão. Dizer tudo. De que me servem as meias-verdades?
Já ultrapassei os limites do pudor e da decência.
Os que me vão ler - e eu quero que me leiam! - têm de saber.
Que me julguem como quiserem. Estou condenada não pelo seu veredicto mas pelo acaso, que fez com que fosse minada por esta coisa que não vejo, que durante muito tempo não senti mas que está a fazer o seu trabalho dentro de mim.
Que digam, se quiserem, que acaso é uma palavra cómoda. Que eu infringi todas as regras, desde a adolescência. Que pago pelo meu cinismo e pela minha avidez e que Deus se vingou de mim. Que se tranquilizem assim, se quiserem.
Eu também pensei nisso quando soube que era uma das escolhidas. Disse para mim mesma: "Tens apenas aquilo que mereces". Pensava que o mundo possuía um sentido, que a moral estava escrita no Céu e que não podíamos transgredi-la sem riscos.
Até rezei. Mas depois a revolta foi mais forte. Porquê a mim?"
A história verdadeira de uma jornalista que, marcada pelo SIDA, resolveu vingar-se.
Autobiográfico