João Habitualmente
Biografia
João Habitualmente nasceu no Porto em 1961 e vive em Gaia. Publicou os primeiros textos na revista Pé-de-Cabra em 1984, onde era Célio Lopes na prosa e João Habitualmente na poesia. Com o fim da revista em 1992 desaparecia também o Célio Lopes. Em 1994 surgem os dois primeiros livros de poesia, Os sons parados e Agradecemos (reunidos no mesmo volume) e o último em 2016, Poemas físicos da frente para a retaguarda na curva interior da estrada. Pelo meio aparecem Os animais antigos (2006), De minha máquina com teu corpo (2010) e Poemas em peças (2014). Da participação em obras coletivas destacam-se Diga 33 – os poetas das Quintas de Leitura (2008), Antologia da cave – 25 anos de poesia no Pinguim café (2013) e As vozes do silêncio (2017).
O seu percurso mostra no entanto desobediência aos géneros literários, recusando a fidelidade a algum deles. É assim que publica conto (Os pulsos fistréticos – contos maléficos, 2016), microficção (Notícias do pensamento desconexo, 2003 e Mais notícias do pensamento desconexo, 2014), diário (Coisas do arco da ovelha – pequeno tratado do banal familiar, 2014), cadernos de viagem (Pelo Rio abaixo – crónica duma cidade insegura, 2001) e crónica jornalística (Escrita perecível, 2007). Estes dois últimos têm a assinatura de Luís Fernandes, mais próximos que estão da atividade profissional do autor enquanto psicólogo e especialista do comportamento desviante, área que ajudou a fundar em Portugal, e enquanto cronista de imprensa (O Comércio do Porto no final dos anos 90 e O Público entre 2002 e 2006).
O seu percurso mostra no entanto desobediência aos géneros literários, recusando a fidelidade a algum deles. É assim que publica conto (Os pulsos fistréticos – contos maléficos, 2016), microficção (Notícias do pensamento desconexo, 2003 e Mais notícias do pensamento desconexo, 2014), diário (Coisas do arco da ovelha – pequeno tratado do banal familiar, 2014), cadernos de viagem (Pelo Rio abaixo – crónica duma cidade insegura, 2001) e crónica jornalística (Escrita perecível, 2007). Estes dois últimos têm a assinatura de Luís Fernandes, mais próximos que estão da atividade profissional do autor enquanto psicólogo e especialista do comportamento desviante, área que ajudou a fundar em Portugal, e enquanto cronista de imprensa (O Comércio do Porto no final dos anos 90 e O Público entre 2002 e 2006).
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As Lentas Lições do Corpo
Alguns anos depois de perder a visão, o psicólogo e professor universitário Luís Fernandes - que já partilhava corpo e mente com João Habitualmente, o seu heterónimo literário - tirou um curso de massagem terapêutica e fez nascer Lopes Massagista, permitindo-se voltar a ver parte do mundo através das mãos.
Pela prática do massagista, o psicólogo constatou, num tempo em que o estímulo intelectual e imagético é permanente, como uns se esquecem do corpo e outros se focam apenas nele, perpetuando o velho dualismo estabelecido por Descartes, que separa e hierarquiza corpo e mente e faz crer que um obedece mecanicamente ao comando do outro.
Mas por que motivos continuamos tão resistentes à dimensão mais profunda do corpo, que é a da sua relação com a mente? Entusiasmadas com os constantes avanços das neurociências, as próprias ciências psicológicas têm reduzido com demasiada facilidade o corpo ao sistema nervoso.
Em As Lentas Lições do Corpo, aborda-se justamente o organismo global, expressão que designa um nível superior de organização da matéria viva que somos. Questionando as fronteiras rígidas entre os saberes e as respetivas modalidades narrativas, este surpreendente livro sobre a descoberta do corpo parte do trabalho de massagem, e da forma como ela se liga à dimensão psíquica do indivíduo, para abordar a psicocorporalidade, as relações entre o corpo e a mente.
Pela prática do massagista, o psicólogo constatou, num tempo em que o estímulo intelectual e imagético é permanente, como uns se esquecem do corpo e outros se focam apenas nele, perpetuando o velho dualismo estabelecido por Descartes, que separa e hierarquiza corpo e mente e faz crer que um obedece mecanicamente ao comando do outro.
Mas por que motivos continuamos tão resistentes à dimensão mais profunda do corpo, que é a da sua relação com a mente? Entusiasmadas com os constantes avanços das neurociências, as próprias ciências psicológicas têm reduzido com demasiada facilidade o corpo ao sistema nervoso.
Em As Lentas Lições do Corpo, aborda-se justamente o organismo global, expressão que designa um nível superior de organização da matéria viva que somos. Questionando as fronteiras rígidas entre os saberes e as respetivas modalidades narrativas, este surpreendente livro sobre a descoberta do corpo parte do trabalho de massagem, e da forma como ela se liga à dimensão psíquica do indivíduo, para abordar a psicocorporalidade, as relações entre o corpo e a mente.