João Habitualmente
Biografia
Luís Fernandes nasceu no Porto em 1961. Psicólogo, é professor da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, onde dirigiu durante vários anos o Centro de Ciências do Comportamento Desviante, que lançou em Portugal esta área de especialidade. Foi distinguido em 1998 com o prémio Fernand Boulan da Association Internationale de Criminologues de Langue Française e em 2014 com o Prémio de Excelência Pedagógica da Universidade do Porto. É membro das comissões de ética da Ordem dos Psicólogos e da Universidade do Porto.
Realizou, durante cerca de 20 anos, investigação etnográfica em bairros sociais periféricos conotados com o «mundo da droga». Em meados dos anos 90 ajudaria a fundar o Observatório Permanente de Segurança do Porto, responsável pelos primeiros estudos sistemáticos sobre o sentimento de insegurança no nosso país.
Desde há cerca de uma década redirecionou os seus interesses, desenvolvendo investigação no cruzamento da psicologia corporal com a sociologia do corpo.
Publicou mais de 130 títulos, entre revistas científicas nacionais e internacionais, capítulos em obras coletivas e livros. Com colaboração frequente na imprensa, foi cronista-residente nos jornais O Comércio do Porto e Público. Com o nome literário de João Habitualmente tem mais de dez livros publicados, do diário ao conto, da microficção à poesia. Em 2021, publicou na Contraponto As Lentas Lições do Corpo – Ensaios Rápidos Sobre as Ligações entre o Corpo e a Mente.
Realizou, durante cerca de 20 anos, investigação etnográfica em bairros sociais periféricos conotados com o «mundo da droga». Em meados dos anos 90 ajudaria a fundar o Observatório Permanente de Segurança do Porto, responsável pelos primeiros estudos sistemáticos sobre o sentimento de insegurança no nosso país.
Desde há cerca de uma década redirecionou os seus interesses, desenvolvendo investigação no cruzamento da psicologia corporal com a sociologia do corpo.
Publicou mais de 130 títulos, entre revistas científicas nacionais e internacionais, capítulos em obras coletivas e livros. Com colaboração frequente na imprensa, foi cronista-residente nos jornais O Comércio do Porto e Público. Com o nome literário de João Habitualmente tem mais de dez livros publicados, do diário ao conto, da microficção à poesia. Em 2021, publicou na Contraponto As Lentas Lições do Corpo – Ensaios Rápidos Sobre as Ligações entre o Corpo e a Mente.
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Se o Meu Corpo Falasse
Depois de ter perdido a visão, o psicólogo e professor universitário Luís Fernandes decidiu tirar um curso de massagem terapêutica, para voltar a ver uma parte do mundo através das mãos. Essa experiência permitiu-lhe estudar a fundo a psicocorporalidade, as relações entre corpo e mente, e partilhar ideias através de um livro surpreendente, a que chamou As Lentas Lições do Corpo. Agora, retoma o assunto nesta nova e cativante obra, que apresenta o toque como forma de conhecimento do comportamento humano.
Corpo e mente, ser uno e, ao mesmo tempo, duas entidades distintas que coexistem indissociáveis, simbióticas ainda que por vezes antagónicas. Objetos complexos e intrincados onde se inscrevem as nossas vivências. Mas, se a mente tem a capacidade de as transmitir em palavras, no corpo não há lugar à fala, ao verbal.
Ao vermos o corpo como uma mera máquina que obedece em silêncio a essa entidade superior que é a mente, a maior parte de nós é incapaz de escutar o que ele nos diz, a não ser a partir de um certo limiar que, em termos mecânicos, se pode considerar uma avaria ou desarranjo.
Porém, Luís Fernandes defende que o corpo fala que e podemos aprender muito a partir dele, se estivermos atentos ao que tem a dizer e soubermos interpretá-lo. Enquanto dispositivo de escuta, o corpo leva-nos aos meandros da relação corpo-mente e do entendimento do que somos, pelo que é essencial trazer o toque para o território da psicologia.
Corpo e mente, ser uno e, ao mesmo tempo, duas entidades distintas que coexistem indissociáveis, simbióticas ainda que por vezes antagónicas. Objetos complexos e intrincados onde se inscrevem as nossas vivências. Mas, se a mente tem a capacidade de as transmitir em palavras, no corpo não há lugar à fala, ao verbal.
Ao vermos o corpo como uma mera máquina que obedece em silêncio a essa entidade superior que é a mente, a maior parte de nós é incapaz de escutar o que ele nos diz, a não ser a partir de um certo limiar que, em termos mecânicos, se pode considerar uma avaria ou desarranjo.
Porém, Luís Fernandes defende que o corpo fala que e podemos aprender muito a partir dele, se estivermos atentos ao que tem a dizer e soubermos interpretá-lo. Enquanto dispositivo de escuta, o corpo leva-nos aos meandros da relação corpo-mente e do entendimento do que somos, pelo que é essencial trazer o toque para o território da psicologia.