Jacques Lanzmann
Biografia
Jacques Lanzmann é um dos escritores franceses da actualidade mais conceituados. Não condescendendo na escrita nem nas suas referências culturais, escreve, no entanto, com tamanha paixão que consegue envolver todos os tipos de leitores.
Neste romance experimente, com sucesso, a escrita a quatro mãos, com sua mulher Florence.
Recorda-se que foram publicadas pelas Publicações Europa-América as seguintes obras de Jacques Lanzmann: Rua das Roseiras; David Foi Encontrado e Casa dos Horrores.
Neste romance experimente, com sucesso, a escrita a quatro mãos, com sua mulher Florence.
Recorda-se que foram publicadas pelas Publicações Europa-América as seguintes obras de Jacques Lanzmann: Rua das Roseiras; David Foi Encontrado e Casa dos Horrores.
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O Rato da América
Se quiseres encontrar-te, começa por te perder, escreveu um dia Jacques Lanzmann.
O Rato da América, relato autobiográfico retocado pelas exigências formais e literárias da ficção, é desta fatalidade maior exemplo. Lanzmann […] fala-nos dos dias em que se perdeu noutro continente, desiludido numa esperança, vergado pelo destino do rato da América — entenda-se a expressão como ajustada ao emigrante ou ao autóctone sul-americano com dias rastejados por baixos expedientes e duras tarefas impostas à sua condição humana.
[…]O Rato da América pôs a segunda pedra no percurso de um escritor que chegaria ao fim da vida com o respeitável número de quarenta e seis romances e narrativas publicados.
[…] Os comunistas, jovens e velhos, fizeram do livro um triunfo. Era previsível; através de um herói deserdado eu ocupava-me da luta de classes. Não era, de facto, O Germinal, mas grande parte da sua história desenrolava-se numa mina. Orgulhoso com este apreço das massas trabalhadoras, deixei-me ir na onda de uns e outros, ao ponto de aderir ao Partido alguns dias depois de me casar [com uma fervorosa militante]. Sentiria eu necessidade de estar enquadrado? Talvez estivesse farto de me arrastar pelos cafés.
[…] palavras suas para uma canção de Dutronc tinham avisado: De tanto bater, o meu coração parou. O coração de Lanzmann parou de bater em Junho de 2006. Ele tinha acabado de publicar o romance Uma Vida de Família, a vida que a idade acabara por lhe apontar como inevitável e ele vivia calmamente ali, em Montparnasse, rodeado por memórias de uma imparável agitação vital. [Aníbal Fernandes]
O Rato da América, relato autobiográfico retocado pelas exigências formais e literárias da ficção, é desta fatalidade maior exemplo. Lanzmann […] fala-nos dos dias em que se perdeu noutro continente, desiludido numa esperança, vergado pelo destino do rato da América — entenda-se a expressão como ajustada ao emigrante ou ao autóctone sul-americano com dias rastejados por baixos expedientes e duras tarefas impostas à sua condição humana.
[…]O Rato da América pôs a segunda pedra no percurso de um escritor que chegaria ao fim da vida com o respeitável número de quarenta e seis romances e narrativas publicados.
[…] Os comunistas, jovens e velhos, fizeram do livro um triunfo. Era previsível; através de um herói deserdado eu ocupava-me da luta de classes. Não era, de facto, O Germinal, mas grande parte da sua história desenrolava-se numa mina. Orgulhoso com este apreço das massas trabalhadoras, deixei-me ir na onda de uns e outros, ao ponto de aderir ao Partido alguns dias depois de me casar [com uma fervorosa militante]. Sentiria eu necessidade de estar enquadrado? Talvez estivesse farto de me arrastar pelos cafés.
[…] palavras suas para uma canção de Dutronc tinham avisado: De tanto bater, o meu coração parou. O coração de Lanzmann parou de bater em Junho de 2006. Ele tinha acabado de publicar o romance Uma Vida de Família, a vida que a idade acabara por lhe apontar como inevitável e ele vivia calmamente ali, em Montparnasse, rodeado por memórias de uma imparável agitação vital. [Aníbal Fernandes]