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Uma Socióloga na Escola Primária
Ida Berger, pondo entre parêntesis o seu instrumental científico, optou por se aproximar livremente da vida quotidiana de três escolas (trinta turmas) de um bairro de Paris. Esta liberdade de comportamento, a vivacidade das suas observações, o humor das suas reacções dão um carácter generoso e caloroso às reflexões que faz, tomando mais urgentes as questões que a vida moderna coloca à escola. E estas questões dizem respeito a todos: à criança, à família, ao professor. A escola não é também responsável pela exclusão que à partida atinge um elevadíssimo número de crianças? A escola, reflexo da nossa sociedade, não está ao mesmo tempo dramaticamente afastada da realidade social? A escola, que se diz e quer neutra, não está adormecida, à sombra desse álibi, na letargia, na indiferença, na recusa de comprometimento? É essa a escola que queremos para os nossos filhos? Não deverão ser os professores os primeiros a definir a sua finalidade, tornando-se "investigadores"? Uma verdadeira transformação social passa por uma transformação pedagógica e, mais simplesmente, pela felicidade dos professores e dos alunos.