Henrique Manuel Bento Fialho
Biografia
Henrique Manuel Bento Fialho nasceu em 1974. É licenciado em Filosofia. Foi
professor, divulgador de cursos técnico-profissionais, explicador, formador, jornalista freelancer,
operador de telemarketing, livreiro… Publicou, entre outros, os livros «Antologia do Esquecimento»
(2003), «Estórias Domésticas & Outros Problemas» (2006) e «O Meu Cinzeiro Azul» (2007). Tem
colaboração dispersa pelas revistas «Aullido» (Espanha), «Big Ode», «Callema», «Di Versos»,
«Entre o vivo, o não-vivo e o morto», «Saudade» e «Sulscrito». Está representado em algumas
antologias, tais como «Cerejas» (2004), «Canto de Mar» (2005), «Um Poema Para Fiama» (2007),
«Contos de Algibeira» (Brasil, 2007), «Primeira Antologia de Micro-Ficção Portuguesa» (2008), «Os
Dias do Amor» (2009), «Um Rio de Contos» (2009), «Só à noite os gatos são pardos» (2009) e
«Divina Música» (2009). Prefaciou livros de Amadeu Baptista, Fernando Esteves Pinto, Jorge Aguiar
Oliveira, assim como as antologias «Os Dias do Amor» (2009), «De la Saudade a la Magua»
(Espanha, 2009) e a «Primeira Antologia de Micro-Ficção Portuguesa» (2008). Fez parte do corpo
editorial da revista on-line «Minguante» (http://minguante.com/), mantém um folhetim no sítio
humorístico «O Indesmentível» (http://prioradodeidiotas.com/oindesmentivel/), escreve sobre livros
para o portal de cultura «Rascunho» (http://rascunho.iol.pt/index.php) e é autor do weblog
«Antologia do Esquecimento» (http://universosdesfeitos-insonia.blogspot.com/). Gosta de tocar
guitarra com os Ventilan.
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Levedura
Naquele tempo andávamos nus e sem vergonha, as mulheres largavam com doçura o mênstruo nas terras estéreis. Gotas do seu próprio leite fertilizavam os solos fazendo irromper o ouro como um astro subterrâneo, lava desabrochando onde as mãos se aqueciam encantadas.
Eu tinha uma idade anterior à dos homens e corria pelos campos a espantar corvos e pardais. Raspava pedra contra pedra até os calhaus se desfazerem em migalhas. Do som saiu a música e da música veio o fogo.
Eu tinha uma idade anterior à dos homens e corria pelos campos a espantar corvos e pardais. Raspava pedra contra pedra até os calhaus se desfazerem em migalhas. Do som saiu a música e da música veio o fogo.