Frei Bento Domingues
Biografia
Frei Bento Domingues, nascido em Travassos (Terras de
Bouro) em 1934, Basílio de Jesus Gonçalves Domingues tomou,
em 1953, o nome de Bento, quando entrou para a Ordem dos
Pregadores (O.P.), ou frades dominicanos. Estudou Filosofia em
Fátima e Teologia em Salamanca, Toulouse e Roma. O modo
como exerceu o cargo de assistente da Juventude da Igreja de
Cristo Rei no Porto (1962-63) forçou-o ao exílio. Em 1965, voltou
a Portugal para lecionar em Fátima, Lisboa e Porto, em escolas
católicas e laicas. Nos anos finais do regime ditatorial participou
na Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos. A partir
da década de 1980, lecionou também em Angola, no Peru, Chile
e Colômbia. Entre 1998 e 2001, dirigiu a organização do Curso
de Ciência das Religiões, na Universidade Lusófona. Publicou
quatro livros: A Humanidade de Deus, A Igreja e a Liberdade, As
Religiões e a Cultura da Paz (dois volumes), A Religião dos
Portugueses.
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Fora do Diálogo Não Há Salvação
Sobre Frei Domingues escreveu Lídia Jorge: «é um poeta que escolheu à partida a luz do princípio iluminado, e fez dele o seu método de clareza». O presidente Jorge Sampaio referiu-se-lhe como «homem de coragem, quando ter coragem significava correr pesados riscos, homem de diálogo quando dialogar equivalia a ficar sob suspeita, homem de convicções mesmo ou sobretudo quando elas não eram dominantes».
São duas das muitas facetas de uma pessoa extraordinária, um monge dominicano que, para os organizadores deste volume, «pratica uma teologia desprovida de seguranças e de vigilâncias institucionais» e possui uma qualidade a que os seus leitores são muito sensíveis: a palavra livre.
Contrariando os que preferem ver o discurso teológico dentro dos muros do privado, Frei Bento Domingues concebe o seu discurso teológico como participação na vida coletiva, mas sem nunca entrar no «mercado contemporâneo das espiritualidades», porque não se oferece para «múltiplas traduções do discurso crente em ideologias do bem-estar interior».
Na entrevista que encerra este volume, Frei Bento Domingues diz a frase que lhe dá título e que resume a sua prática pessoal de muitos anos, e com muitos interlocutores: «fora do diálogo não há salvação». Este é o método que Frei Bento Domingues nos desafia a usar na nossa relação com Deus e com o Mundo.
São duas das muitas facetas de uma pessoa extraordinária, um monge dominicano que, para os organizadores deste volume, «pratica uma teologia desprovida de seguranças e de vigilâncias institucionais» e possui uma qualidade a que os seus leitores são muito sensíveis: a palavra livre.
Contrariando os que preferem ver o discurso teológico dentro dos muros do privado, Frei Bento Domingues concebe o seu discurso teológico como participação na vida coletiva, mas sem nunca entrar no «mercado contemporâneo das espiritualidades», porque não se oferece para «múltiplas traduções do discurso crente em ideologias do bem-estar interior».
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