Franco Nogueira
Biografia
Alberto Franco Nogueira nasceu em 1918, em Vila Franca de Xira. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, foi figura política de relevo durante o Estado Novo, tendo-se notabilizado na carreira diplomática. Em 1946, pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial, é enviado para o Japão, onde permaneceu até 1950 e onde viria a desempenhar as funções de representante português junto do Alto Comando Aliado que ocupava o arquipélago. No final desse ano, requer autorização para casar com a luso-chinesa Vera Machado Wang, tendo a permissão chegado em julho de 1947 e o matrimónio sido realizado poucos meses depois. Mais tarde, foi cônsul-geral em Londres, onde esteve até 1958. Torna-se ministro dos Negócios Estrangeiros em 1961, cargo que desempenha até 1969. Em 1963, é distinguido com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo e, em 1966, com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito. Representou Portugal nas sessões da NATO, na Assembleia-Geral da ONU e no Conselho de Segurança. Visitou oficialmente, entre outros países, o Brasil, os Estados Unidos, a Inglaterra, a Alemanha, a Áustria, a Espanha e a África do Sul. Em 1969, abandonou a pasta ministerial e, até 1973, foi deputado na Assembleia Nacional. Após o 28 de setembro de 1974, foi preso pelo Copcon e enviado para a prisão de Caxias, tendo sido libertado em 1975. Partiu então para o exílio, em Londres, onde esteve até 1981. Foi nesta cidade que redigiu, entre outros livros, a maior parte da biografia de Oliveira Salazar, publicada em seis volumes. Franco Nogueira regressa a Portugal em 1981, e morre em Lisboa, em 1993.
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Trinta Anos, Trinta Conferências
«A colecção de conferências que agora se publica compreende um tempo cronológico e um tempo político largos ou longos, desde os anos 60 e da defesa do então Ultramar português, até aos anos 90 e ao tempo pós-Guerra Fria. Embora haja uma ou outra variante - como a questão das Universidades Oficiais e das Universidades Privadas - a quase totalidade destes escritos trata de política internacional e da política nacional perante a sociedade internacional. Há também várias conferências sobre as relações bilaterais de Portugal com países específicos, como os Estados Unidos, a Alemanha e a Áustria. E há ainda o que foi escrito e dito em funções oficiais, nas Nações Unidas, e o que foi fruto da reflexão nos tempos fora do poder. Também não faltam, nem poderiam faltar, os temas históricos e de História geral, social e cultural, como a guerra da Independência do século XIV ou a questão das elites nacionais, que Franco Nogueira olhava com algum cepticismo e pessimismo, confiando mais no povo como comunidade regeneradora dos valores nacionais. Mas em todos estes assuntos há uma linha de rumo consciente e coerente, em que estão muito presentes a defesa da independência e da identidade nacional e a denúncia dos riscos e perigos para essa independência e identidade. Na consciência da realidade, do mundo real dos Estados e das potências; na consciência dos interesses de Portugal e dos portugueses; na ponderação da acção necessária para salvaguardar desses valores, sem olhar a preocupações diplomáticas na defesa do que era importante, Franco Nogueira era assim, um só: homem, político, intelectual, professor. Sempre patriota, sempre português. Os textos inéditos aqui reunidos mostram precisamente isso.»
Jaime Nogueira Pinto
Jaime Nogueira Pinto