Ermelinda Macedo
Biografia
Ermelinda Macedo é Licenciada em Enfermagem, Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica pela Ordem dos Enfermeiros, Mestre em Educação para a Saúde pela Universidade do Minho, Doutora em Psicologia pela Universidade de Aveiro e detentora do Título de Especialista em Enfermagem, no âmbito do Ensino Superior Politécnico pela Universidade do Minho (Instituição Instrutora). É Professora Adjunta na Escola Superior de Enfermagem da Universidade do Minho. Prestou cuidados gerais e especializados em cuidados de saúde primários e hospitalares, exercendo a sua maioria do tempo de prática clínica ligada à enfermagem de saúde mental e psiquiátrica, nomeadamente na área da toxicodependência. Tem publicações e comunicações em eventos científicos essencialmente na área da saúde mental e psiquiátrica. É Membro da Unidade de Investigação UICISA-E (Núcleo Uminho). Foi recentemente Investigadora Responsável (IR) do Projeto - Doença Mental: Intervenção Comunitária no Caminho do Recovery (InterComuniCaRe), cofinanciado pelo Programa Operacional Regional do Norte (NORTE 2020), através do Portugal 2020 e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). Leciona no Curso de Licenciatura em Enfermagem da Universidade do Minho, Cursos de Especialização em Enfermagem e Mestrados na área da Enfermagem, em consórcio com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Tem operacionalizado atividades de interação com a sociedade com ênfase na saúde mental e psiquiátrica. É articulista voluntária no Mil Razões…
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O Quotidiano pelos Meus Olhos
Num mundo onde a Humanidade parece andar às cegas, mergulhada em realidades virtuais doentias e realidades virtuais ficcionadas, que nos alienam e nos isolam de tudo e de todos, cada vez mais, assistimos ao desfilar da Indiferença, perante aquilo que nos torna verdadeiramente humanos. Os textos inscritos neste livro são Quotidianos que mergulham na profundidade do Ser e o trazem para a superfície, combalido de apatia. Quotidianos que nos despertam desta letargia, deste entorpecimento, na tentativa de nos humanizar.
A autora confessa a sua humanidade, quando se autointerroga e assume, com humildade, as suas dúvidas, as suas incertezas, as suas angústias. As questões de retórica que abundam nestes quotidianos são, sem dúvida, ferrões que nos obrigam à meditação, à revisão dos nossos comportamentos e à consideração do Outro como uma extensão do Eu. Alerta-nos para o preconceito/estigma que, em todas as camadas sociais, ainda hoje, se verifica na área da saúde mental e «ensina-nos» a encará-la com naturalidade. a autora não escreve para nos sossegar, muito pelo contrário, ela inquieta-nos em todos os textos.
"Todos os dias me encontro com pessoas cuja vida tem uma banda sonora diferente. a banda sonora é, com certeza, também diferente da minha. o que nos une é o facto de sermos humanos; humanos com marcas diferentes. a diferença (marca) é apenas a riqueza do nosso mundo!"
"… Era bem mais fácil e, quem sabe, menos interessante, se a vida fosse, ela própria, uma receita mágica."
9 "Um dia (que dia!) senti-me estranhamente triste e angustiada (penso que todos nós temos dias em que a tristeza nos visita, sem percebermos muito bem o que se está a passar), a angústia incomodava, empurrava-me para trás, não me deixava seguir com os passos no caminho que eu pretendia. Pensei em pegar em mim ao colo. Foi isso que fiz… Pouco a pouco deixei de pegar em mim ao colo e passei a andar sozinha…".
A autora confessa a sua humanidade, quando se autointerroga e assume, com humildade, as suas dúvidas, as suas incertezas, as suas angústias. As questões de retórica que abundam nestes quotidianos são, sem dúvida, ferrões que nos obrigam à meditação, à revisão dos nossos comportamentos e à consideração do Outro como uma extensão do Eu. Alerta-nos para o preconceito/estigma que, em todas as camadas sociais, ainda hoje, se verifica na área da saúde mental e «ensina-nos» a encará-la com naturalidade. a autora não escreve para nos sossegar, muito pelo contrário, ela inquieta-nos em todos os textos.
"Todos os dias me encontro com pessoas cuja vida tem uma banda sonora diferente. a banda sonora é, com certeza, também diferente da minha. o que nos une é o facto de sermos humanos; humanos com marcas diferentes. a diferença (marca) é apenas a riqueza do nosso mundo!"
"… Era bem mais fácil e, quem sabe, menos interessante, se a vida fosse, ela própria, uma receita mágica."
9 "Um dia (que dia!) senti-me estranhamente triste e angustiada (penso que todos nós temos dias em que a tristeza nos visita, sem percebermos muito bem o que se está a passar), a angústia incomodava, empurrava-me para trás, não me deixava seguir com os passos no caminho que eu pretendia. Pensei em pegar em mim ao colo. Foi isso que fiz… Pouco a pouco deixei de pegar em mim ao colo e passei a andar sozinha…".