Adonis
Biografia
Adonis, pseudónimo de Ali Ahmad Saïd Esber, nasceu em 1930, em Al Qassabin, na Síria. Estudou na Universidade de Damasco e exilou-se em Beirute, no Líbano, em 1956, onde trabalhou na revista Shi’r, uma das mais influentes publicações literárias do mundo árabe. Viria, em 1968, a fundar a sua sucessora, a igualmente prestigiada Mawaqif. Ambas assumiram um papel fundamental no renascimento da tradição cultural árabe. Em 1985 muda-se para Paris, cidade onde reside até hoje. Considerado a figura de vanguarda do movimento modernista da literatura árabe, publicou mais de cinquenta livros que se dividem por poesia, ensaio e traduções. Um dos mais importantes poetas e pensadores da idade contemporânea, traduzido em diversas línguas, viu serem-lhe atribuídos já vários prémios, de onde se destacam o Goethe Prize, o Spiros Vergos Prize for Freedom of Expression, o Bjørnson Prize ou o International Nâzim Hikmet Poetry Award. É uma das personalidades tidas como favoritas ao Prémio Nobel da Literatura.
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O Arco-Íris do Instante
«A poesia de Adonis tem a força expressiva que pude admirar nas leituras que o ouvi fazer dos seus poemas, mas se esse aspecto associado à vertente oral da poesia árabe se perde inevitavelmente em qualquer tradução, o que permanece é o pensamento que nela se transmite e também uma forma por vezes narrativa, decorrente da sua inscrição quer na linha ocidental que vem de Baudelaire a Perse, por um lado, e de Rimbaud ao surrealismo, por outro lado, quer numa corrente esotérica que o leva a interrogar a própria língua e os conceitos profundos do ser humano.» (da introdução de Nuno Júdice)
Adonis foi o principal renovador da poesia árabe e é, ainda hoje, uma das vozes fundamentais dessa cultura, na qual se destaca pela constante insubmissão à dominante religiosa. Na sua poesia, mais do que a polifonia das várias vozes, encontramos o politeísmo das múltiplas verdades. Contra a certeza de um Deus, a verdade plural das musas. Não por acaso, adoptou o nome de um deus pagão para assinar seus poemas. Não se trata somente de um posicionamento poético, mas, sobretudo, político.
Adonis foi o principal renovador da poesia árabe e é, ainda hoje, uma das vozes fundamentais dessa cultura, na qual se destaca pela constante insubmissão à dominante religiosa. Na sua poesia, mais do que a polifonia das várias vozes, encontramos o politeísmo das múltiplas verdades. Contra a certeza de um Deus, a verdade plural das musas. Não por acaso, adoptou o nome de um deus pagão para assinar seus poemas. Não se trata somente de um posicionamento poético, mas, sobretudo, político.