A. M. Pires Cabral
Biografia
A. M. Pires Cabral nasceu em Chacim, Macedo de Cavaleiros, em 1941. Licenciou-se em Filologia Germânica. Foi professor e animador cultural, responsável pela participação de Vila Real no Projeto 5.2 do Conselho da Europa («Políticas Culturais nas Cidades») e coorganizador das Jornadas Camilianas de Vila Real. É conhecido sobretudo como ficcionista e poeta. Na área da ficção, publicou até ao momento oito livros de contos e seis romances, tendo ganho o Prémio Círculo de Leitores (com Sancirilo), o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco (com O Porco de Erimanto) e o Grande Prémio de Literatura DST (com O Cónego). Na área da poesia, estreou-se em 1974 com Algures a Nordeste e publicou até hoje 19 títulos. Foram-lhe atribuídos os prémios D. Dinis (com Que Comboio é Este e Douro: Pizzicato e Chula), Luís Miguel Nava (com As Têmporas da Cinza) e PEN Clube (com Arado). Tem textos traduzidos para alemão, castelhano, catalão, eslovaco, francês, húngaro, inglês e italiano.
partilhar
Em destaque VER +
Caderneta de Lembranças
Caderneta de Lembranças é o terceiro título do autor na Colecção de Poesia dirigida por Pedro Mexia. Este é também o segundo livro que Pires Cabral publica em 2021, depois do romance Feliciano.
O QUE DIZ O GALO DO CATA-VENTO
Eis-me reduzido a demonstrar
a inconstância dos ventos.
Nunca na vida fui tão maltratado.
Fazerem-me isso a mim
— a mim, que tenho cóleras e brios
como nenhuma outra ave tem;
a mim, que me visto, como os reis,
de sedas, veludos e arminhos;
a mim, que cantando na manhã
dou o sinal sem o qual o Sol
não se atreve a nascer;
a mim, que governo o meu reino
de vinte metros quadrados
com assídua lascívia, aptamente exercida
sobre o meu harém de vinte e tal
cloacas prestimosas.
E — só por escárnio! — fazerem de mim alcoviteiro do vento!
O QUE DIZ O GALO DO CATA-VENTO
Eis-me reduzido a demonstrar
a inconstância dos ventos.
Nunca na vida fui tão maltratado.
Fazerem-me isso a mim
— a mim, que tenho cóleras e brios
como nenhuma outra ave tem;
a mim, que me visto, como os reis,
de sedas, veludos e arminhos;
a mim, que cantando na manhã
dou o sinal sem o qual o Sol
não se atreve a nascer;
a mim, que governo o meu reino
de vinte metros quadrados
com assídua lascívia, aptamente exercida
sobre o meu harém de vinte e tal
cloacas prestimosas.
E — só por escárnio! — fazerem de mim alcoviteiro do vento!
bibliografia
- ordenação
- Data Edição
- Ranking
portes grátis
10% Cartão Leitor Bertrand
24,50€
Âncora Editora
portes grátis
10% Cartão Leitor Bertrand
24,50€
Âncora Editora
portes grátis
10% Cartão Leitor Bertrand
17,00€
Âncora Editora