Sobre o livro
entes-te em baixo? Achas que a tua vida é um valente cocó? Ainda não alcançaste uma boa parte dos objectivos que tinhas definido para a tua vida adulta quando eras uma criança pura e inocente? Apresento-te o Zé, o português comum mais comum de todos a quem acontece todo o tipo de calamidades e cujas aventuras mais ou menos apaixonantes vão fazer-te lacrimejar de empatia, enquanto se forma um ligeiro sorriso sádico no rosto. Afinal de contas, todos nós apreciamos muitíssimo desfrutar da desgraça alheia. O livro que trará a paz à alma de todos os Zés, encherá de vergonha os grandes clássicos da literatura e se assumirá como a grande referência mundial dos livros de auto-ajuda.
Quando muitos de nós ainda estão a viver a quarentena e o isolamento, a arte (em qualquer forma) está presente para nos ajudar. E o que melhor para alegrar o dia que um livro humorístico que não só nos deixa a rir como a refletir... Todos #somostodoszé e esta Jé não escapa. Essa é a minha piada graças ao meu nome ser Jéssica (sim, como acento no E). Mas a verdade é que efetivamente este livro estabelece ligações com qualquer um de nós, comuns mortais. O início traz-nos um diário de quarentena, as reflexões do Zé durante um curto tempo da pandemia. O quanto me senti ligada ao livro por causa dessa sessão inicial. Era quase como se o autor, Francisco Ramalheira, me tivesse escutado e escrito sobre o assunto. O Zé fala-nos nas obras que os vizinhos estão a fazer. Eu tinha (e continuou a ter) de ouvir quase todas as noites, às 21h em ponto, uma das crianças do prédio a praticar os dotes musicais com uma flauta. Uma autêntica criança prodígio para o barulho. Se sonhei com orquestras de instrumentos de sopro... sim. Foi a banda sonora dos meus sonhos sobre ideias para escrever na manhã seguinte. Quando não era a banda sonora de pesadelos, a la Hitchcock. Para além da conexão que senti ao ler o livro, existe depois todas as gargalhadas que me provocou. Não só por me rever nelas, como por conseguir compreender o ponto da narrativa. Houve, claro, histórias que me fizeram rir mais que outras, mas mesmo as que não rir tanto, achei interessante. Achei interessante porque provocaram reflexão. Sim, porque este livro humorístico não é apenas um conjunto de histórias e eventos com o intuito de nos provocar risos. É igualmente com o intuito de provocar reflexão. E por isso merece um aplauso. De uma forma geral, é um perfeito livro para oferecer. Não só se lê de uma forma fácil, como pelo género e contexto atual, seduz muitas pessoas, leitores ávidos ou não. Era quase como que escutar loucuras realistas que acontecem a qualquer um, e consigo ver alguns membros da minha família (e eu também, se for honesta) a relatar estes eventos.
Concordo plenamente que #somostodoszé. Conseguimos imaginar-nos nas situações descritas no livro, embora por vezes em exagero para ser mais engraçado, mas que já nos aconteceram ou vimos acontecer. É um livro divertido que facilmente se consegue ler e até dividir por ter as situações relatadas em capítulos separados. Assim que comecei a senti necessidade de partilhar o que ia lendo pelo que acho uma excelente escolha para um casal ler em conjunto. Uma excelente leitura para homens, mesmo os que não têm hábito de leitura, porque é uma leitura divertida e com a qual se podem identificar. Excelente presente para insentivo á leitura. Divertido, fácil leitura e não muito longo. As minhas preferidas são a do Ikea e a das compras. Curiosos? ¿¿¿¿(3.5/5)