Tratado da Glória
de Jerónimo Osório
Sobre o livro
António Guimarães da Silva Pinto em boa hora decidiu traduzir para português as obras que o grande humanista e bispo de Silves, D. Jerónimo Osório, publicou em latim, acção que devido ao desleixo dos portugueses ainda não havia sido feita, constituindo tal facto uma grave lacuna da Cultura portuguesa, na medida em que os textos originais de tais obras apenas estavam acessíveis a poucos eruditos que conheciam a língua latina e tinham acesso a edições muito antigas. Na sequência do que observámos regista-se que depois da edição das cartas, do Tratado da justiça, do Tratado da verdadeira sabedoria dos Tratados da nobreza civil e cristã, vem agora a público aquela que foi a obra mais editada do autor aqui citado, ainda que menos conhecida dos leitores do que o famoso De rebus gestis Emanuelis, impresso em 1571/1572. O Tratado da Glória, agora traduzido, foi escrito em forma de diálogo em 1548, impresso em 1549 e surge na sequência do segundo cerco de Diu que ocorreu em 1546. Este trabalho é um dos mais notáveis do pensamento humanista português e permite-nos aproximar dos valores por que se pautava a mentalidade em Portugal nos meados do século XVI. A demasiado breve introdução da obra abre o campo para que estudos mais ambiciosos se debrucem sobre um texto que agora fica mais acessível, podendo assim estimular uma leitura deleitosa e profunda, além de estudos mais atentos sobre conceitos, ideias e mentalidades da Idade Moderna.