Sobre o livro
«Uma vez superada uma ditadura, para que nos recordamos dela? Para enraizar a própria democracia que lhe sucedeu? (…) Os Estados democráticos descrevem habitualmente a sua (re)fundação como resultando da superação e da rejeição da opressão (política, social, étnica, cultural, de género…) que caraterizou as ditaduras que os precederam. Isto significa que há um sentido político, cultural, moral, na recordação de uma ditadura. (...)
O legado que Sérgio Valente nos deixa, permitindo fixar uma memória fotográfica dos últimos anos da ditadura e das suas imediatamente posteriores vivências de rejeição e superação, vividos por quem contra ela decidiu resistir, é uma dessas estratégias de memória que, em si mesma, é um trabalho de recuperação da dignidade».
Manuel Loff, Prefácio