Sobre o livro
«Chamo-me Mary Katherine Blackwood. Tenho dezoito anos e vivo com a minha irmã Constance. É frequente pensar que se tivesse tido um pouco de sorte poderia ter nascido lobisomem, porque o anular e o dedo médio das minhas mãos têm o mesmo comprimento, mas tive de me contentar com aquilo que tenho. Não gosto de me lavar, nem de cães ou barulho. Gosto da minha irmã Constance, de Ricardo Coração de Leão e do Amanita phalloides, o cogumelo da morte. Todas as outras pessoas da minha família estão mortas.»
Assim inicia Shirley Jackson o seu último romance, de 1962, considerado pela crítica uma das obras-primas da literatura norte-americana. Neste, atinge o auge a sua perícia narrativa de tornar real ao leitor um mundo inverosímil, conseguindo ao mesmo tempo convencê-lo de que a loucura e o mal habitam os cenários mais comuns.
Mary Katherine, ou Merricat, foi considerada pela Book Magazine, uma das melhores personagens femininas de ficção desde 1900.
Neil Gaiman
«[A Maldição de Hill House] é uma das histórias de terror mais perfeitas que já li.»
Stephen King
«Não conheço mais nenhum autor que evoque uma tão apaixonada e imediata reacção nos seus leitores, sejam eles novos ou velhos.»
Donna Tart
Rogério Casanova, LER
«Shirley Jackson foi das que melhor cultivou este regresso a um terror que se serve de início tépido e que vai aquecendo muito lentamente.»
Rui Lagartinho, Time Out
«Sem dúvida nenhuma, uma autora que está entre os grandes mestres da literatura.»
Daily Telegraph
Uma história simples, enquadrada num ambiente familiar e inocente, pelo menos à primeira vista. Sobre este livro não há muito que se possa dizer a não ser que é perfeito para fãs de um terror latente, que raramente se mostra, mas que, qual animal selvagem, nos afronta e devora de uma vez só.
Conhecida autora que inspirou outros grandes autores contemporâneos com o seu estilo gótico de terror, esta obra é tão desconcertante como a bem conhecida Mansão de Hill House. A figura principal apresenta-se com uma personalidade desconcertante e mostra como o ser humano pode ser descriminado isolando-se e embrenhando-se nos seus pensamentos e crenças a um ponto demoníaco e inocente ao mesmo tempo.