Práticas Na Banda Desenhada
Os Visitantes do 16º Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora
Grátis
Sobre o livro
A banda desenhada não é apenas uma espécie de «arte do meio», nem popular nem erudita - mesmo concebendo actualmente as fronteiras entre as artes e as culturas como zonas complexas e dinâmicas, onde conflituam múltiplos e contraditórios dispositivos de afirmação, reconhecimento e apreciação. A banda desenhada continua a veicular muitos traços da sua emergência no quadro das tecnologias da reproductibilidade tornadas possíveis pela industrialização, e das tensões, hoje renovadas, entre arte e indústria, entre criação e mercado, entre apreciação estética e entretenimento compósito.
O fascínio de um olhar a partir da banda desenhada reside, justamente, em intentar perceber como permanecem fortes algumas dessas dicotomias nos modos como se apresentam e representam os seus criadores, os seus circuitos e os seus públicos.
Nestas condições, a abordagem dos públicos de banda desenhada implica uma axiologia distinta da que, em geral, a sociologia imprime quando parte de géneros artísticos, ou actividades, cujo reconhecimento se apresenta relativamente consensual - designadamente quando procura perceber diferenças internas e jogos de legitimação que desafiam as interpretações reutoras de perfeita homologia entre produção e recepção, entre oferta e procura culturais.