Pesa Um Boi na Minha Língua
de José Emílio Nelson
Grátis
Sobre o livro
«Intensa é a acidez da linguagem de José Emílio-Nelson, a agressão
vocabular e de propostas ergue-lhe os poemas numa vocação do ultraje,
da denúncia, do nojo.»
Joaquim Manuel Magalhães
«O que agride nesta poesia é a extrema paixão da sensibilidade, nas
notações do monstruoso quotidiano, sem os espelhos correctivos que
tornam invisíveis as partes malditas do real. Toda a visão da fealdade é
uma fidelidade da visão: quando o feio está invisível, encontra-se
algures escondido atrás de uma aparência de beleza. […] Dar expressão
a essas manchas dispersas pela banal insignificância das cenas
quotidianas é a finalidade da «arte menor»: uma arte de tons
dissonantes que faz subir e descer à terra as pequenas e as grandes
coisas, fundindo-as dramaticamente no mesmo plano de meditação
poética, tal como Espinosa fundiu o corpo e o espírito numa só realidade.»
Luís Adriano Carlos
«Retomando a linha analítica de Foucault, podemos dizer que a obra de
Emílio-Nelson incide sobre os sedimentos mais profundos do humano
numa arqueologia que se age num primeiro momento sobre o sensível e
o carnal, por metonímia, metalepse, contiguidade, transita igualmente
ao território da alma e do espírito.»
Fernando de Castro Branco
«Esta poesia é fascinante porque não é arbitrária e derramada, como
acontece com outros autores abjeccionistas: é uma poesia precisa,
exacta, construída linha a linha e com camadas de sentido que exigem
decididamente uma close reading.»
Pedro Mexia