Grátis
Sobre o livro
Na encruzilhada de exigências múltiplas, a ciência dos sistemas contribui para a emergência de novas representações da realidade e fornece vias de pesquisa e de reflexão das mais prometedoras. E, actualmente, a ciência dos sistemas encontra-se à beira de um ponto de viragem na sua história. Após haver integrado a cibernética, deve agora abrir-se à cognítica. Esta viragem implica uma representação matemática do sujeito e da sua autonomia, necessariamente fundada sobre uma crítica de determinismo. Na verdade, a sistémica entra na sua revolução kantiana.
Revolução que exige várias revisões profundas. Primeiramente, o fenómeno de comportamento autónomo deve ser interpretado como o fruto de um processo universal de automatização crescente, contínuo desde a bactéria até ao homem e às suas organizações colectivas, tornadas planetárias. De seguida, a modelização matemática dos sistemas autónomos deve exprimir simultaneamente o jogo existencial do ambiente e a função determinante do aparelho cognitivo central. Finalmente, os conceitos de liberdade e de vontade devem fazer a sua entrada formal na ciência física matemática.
Ao operar esta aproximação às ciências tradicionais do espírito, não se arriscará a sistémica a um «tudo serve»? O que está em jogo diz respeito a todos os cientistas, mas interessa principalmente aos profissionais da organização, da política, da educação, assim como aos investigadores das diferentes disciplinas das ciências humanas.