Os Malaquias
de Andréa del Fuego
Grátis
Sobre o livro
Um casal morre, fulminado por um raio. Os seus três filhos, agora órfãos, seguem destinos separados. É das cinzas que nasce um dos mais cintilantes romances da literatura contemporânea em língua portuguesa.
Nico, Júlia e Antônio perdem os pais de forma trágica: um raio atinge e incendeia a modesta casa da família Malaquias. As três crianças, sobreviventes do desastre e abandonadas à sua sorte, seguem rumos distintos. O rapaz mais velho vai trabalhar numa grande propriedade; a menina é adotada e levada para outra cidade; o mais novo é acolhido no orfanato. Na remota Serra Morena, contudo, chegará o dia em que os irmãos buscarão o desejado reencontro.
Neste romance, Andréa del Fuego inspira-se num episódio da sua história familiar — os seus bisavós morreram fulminados por um raio — e, simultaneamente, bebe de um imaginário literário ancestral. Perante o leitor, desfilam inusitadas personagens — de freiras francesas a traficantes de bebés, de espíritos de antepassados a gente que desaparece no vapor de um bule a ferver —, protagonistas de uma trama hipnotizante, a meio caminho entre o real e o fantástico.
Os Malaquias é uma pungente homenagem à identidade rural, ao amor fraterno, à memória e à própria literatura enquanto fábula.
José Luís Peixoto
«Um romance áspero, poético, original. Voltado para a paisagem rural, a que raramente os autores contemporâneos se circunscrevem, seu perfil arcaico e trágico suscita emoções intensas.»
Nélida Piñon
Rui Lagartinho, Público
«Andréa Del Fuego retoma uma certa tradição do fantástico, assumidamente lírica e com marcas regionalistas […]. A sua força está no facto de abordar essa tradição reinventando-a, recriando-a, procurando nela caminhos novos e uma linguagem original. […] Os Malaquias é atravessado por encontros e desencontros, grandes febres, mortes súbitas, segredos, heranças, elementos fantásticos […], e também por choques duros com a realidade palpável e paisagens agrestes onde os velhos permanecem, 'terminando de se gastar'.»
José Mário Silva, Expresso
«Os personagens […] habitam o hiato entre o arcaico e o moderno, transitam nesse espaço tenso entre cosmopolitismo e localismo. […] A força do romance reside na evocação da memória e na problematização das relações entre os personagens.»
O Globo
«Os Malaquias transformam a história de uma família de camponeses numa alquimia textual onde se misturam o realismo mágico, o regionalismo e o exercício de uma prosa poética incomum na literatura contemporânea. […] Do acidental aos grandes acontecimentos, passando por momentos inexplicáveis ou mágicos, narrados com uma impassibilidade artesanal, a autora transforma um episódio curioso da sua árvore genealógica num conto de fadas adaptado ao campesinato. […] Este romance destaca-se pelo seu original efeito anacrónico e por uma escrita modelada a partir de vozes populares e de uma sonoridade quase mítica.»
La Nación