O Vice-Rei Dom João de Castro
de António Borges Coelho
Grátis
Sobre o livro
Luís de Camões, depois de assinalar Dom João de Castro com a palavra «forte», juntou-o àqueles em quem «poder não teve a morte».
No seu tempo, as acções militares em que se envolveu na Índia, nomeadamente na defesa e reconstrução da fortaleza e cidade de Diu, elevaram-no ao patamar dos míticos construtores do Império: Vasco da Gama, Francisco de Almeida e Afonso de Albuquerque. Em 1538 alinhava nas concepções de Francisco de Almeida; mais tarde, como Governador e Vice-Rei, seguiu a estratégia de Afonso de Albuquerque.
Mas o século XX exaltou também o renascentista, o admirador do mundo romano, o homem apaixonado pelos segredos da natureza. O militar e o arquitecto da fortaleza de Diu não apagaram o geógrafo, o cientista dos Roteiros, o epistemólogo que teorizava a estreita ligação entre «a demonstração dos matemáticos e a prática e opinião dos homens do mar, que de muitos anos a esta parte lavram por este oceano, grande e infinito mar». Mesmo nas coisas em que possa intervir o milagre, «sempre vemos que há uma mostra e maneira de razão».