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Sobre o livro
O Solilóquio do Rei Leopoldo é um pequeno livro publicado em 1905 por Mark Twain. Trata-se de um texto de sátira política, um monólogo do rei Leopoldo II, da Bélgica, que discursa para se defender das acusações de atrocidades cometidas entre 1885 e 1908 no chamado «Estado Livre do Congo», um grande território cuja administração foi exercida pessoalmente pelo rei belga - e não pela Coroa ou pelo Estado. Leopoldo II submeteu a população local a condições de vida e de trabalho degradantes e a uma repressão violenta e desumana, com o objetivo de aumentar os lucros da extração de diamantes, borracha e marfim. A partir de 1900 começaram a surgir denúncias sobre os crimes e o horror vividos no Estado Livre do Congo - e em 1899 é publicado O Coração das Trevas, de Joseph Conrad, um retrato desse universo pavoroso.
Em 1904, Roger Casement (a personagem de O Sonho do Celta, de Mario Vargas Llosa), cônsul britânico no Congo, elabora um relatório sobre as atrocidades e a desumanidade da administração do rei Leopoldo - que levaria o Parlamento belga a anexar o território, retirando-o ao rei. E, nos Estados Unidos da América, Mark Twain associa-se a uma campanha internacional contra Leopoldo II. Por isso, o seu texto não é apenas um panfleto político: é também uma denúncia vigorosa, sarcástica e burlesca do colonialismo e do racismo.
O rei Leopoldo II, rei da Bélgica, é uma personagem Histórica muito pouco falada, que foi responsável por um genocídio de cerca de 10 milhões de pessoas. Conseguindo obter o Congo, chamando-lhe “Estado Livre do Congo”, não para a Bélgica, mas para seu usufruto, este rei conseguiu tornar-se uma das pessoas mais ricas da época. O Congo era rico em marfim, diamantes e borracha e enquanto o rei dizia que era contra a escravatura e que o seu desejo era trazer a civilização, a ciência e o cristianismo aos povos “bárbaros” do Congo, ao mesmo tempo ele chacinou milhares de elefantes, devastou aldeias inteiras para construir plantações, torturou, escravizou e matou milhares de pessoas. Nesta obra satírica de Mark Twain, o escritor veste a pele do rei Leopoldo e tenta desculpar-se das atrocidades cometidas em seu nome. Esta foi a forma de Mark Twain denunciar o monarca belga. É um momento e uma personalidade histórica pouco falada, mas que deve ser divulgado.
Uma leitura muito interessante e extremamente elucidativa dos horrores e barbárie infligidos à população do Estado Democrático do Congo, entre 1885 e 1908, durante a administração do mesmo pelo então rei da Bélgica, Leopoldo II. Uma forte crítica política ao colonialismo e racismo que se vivia nas colónias europeias, no início do século XX.