Grátis
Sobre o livro
O que vemos quando lemos? Tolstoi chegou a descrever Anna Karénina? Herman Melville alguma vez nos revelou a aparência exata de Ismael?
O conjunto de imagens fragmentadas numa página — uma orelha elegante ali, uma madeixa rebelde acolá, um chapéu posicionado de determinada maneira — e outras pistas e significantes ajudam- -nos a imaginar uma personagem. Mas, na verdade, a sensação de conhecermos intimamente uma personagem tem pouco que ver com a nossa capacidade de imaginarmos as figuras literárias que amamos (ou odiamos).
O Que Vemos Quando Lemos é uma exploração singular e deslumbrante da fenomenologia da leitura, mostrando-nos como formamos imagens a partir da leitura de obras literárias, e como essas interpretações transformam a própria obra.
Peter Mendelsund, um dos mais conceituados designers editoriais contemporâneos, combina uma carreira artística premiada com a sua primeira paixão, a literatura, num dos mais provocadores e invulgares exercícios acerca da forma como compreendemos o ato de ler.
Heidi Julavits
«Brilhante. Mendelsund espreitou dentro da confusão das nossas cabeças e produziu uma meditação luminosa e caleidoscópica sobre a leitura. E a visão. E a compreensão.»
James Gleick
The New York Times
Mendelsund apoia-se em clássicos da literatura universal para explorar os “comos” da leitura e desbravar os territórios que levam da experiência de ler um livro à interpretação das pistas deixadas pelos autores, destas à imaginação, daqui à conceção visual, a partir de elementos dispersos, das personagens, das situações, dos climas e dos ambientes. Como formamos um cheiro na nossa mente através das palavras? Será possível representar um cheiro através de palavras? Qual o rosto do capitão Ahab sugerido por Melville? Terá o autor de “Moby Dick” fornecido aos seus leitores elementos suficientes para a construção objetiva desse rosto? Terá tido essa preocupação? Basta folhear este livro para perceber que estamos perante um objeto distinto, uma obra exigente e rigorosa, mas ao mesmo tempo desprovida de presunções escusadas, enriquecida pela dimensão lúdica que acrescenta à leitura. Tradução da poetisa Rute Mota.