O Ensino Básico Vai de Mal a Pior
Uma abordagem pedagógica e política
de Carlos M. C. Paiva
Grátis
Sobre o livro
Os professores contestam a ministra da Educação. Há manifestações espontâneas combinadas por sms. Outras, formais, convocadas por sindicatos. A «Marcha da Indignação», a 8 de Março de 2008, junta em Lisboa mais de 100 000 pessoas. No entanto, são sobretudo as questões laborais, muito particularmente a avaliação dos professores e a sua progressão na carreira, que são contestadas.
O Ensino está na ordem do dia. O primeiro-ministro faz da política educativa uma das suas principais bandeiras. Todos os partidos da oposição exprimem as suas críticas às recentes medidas avançadas pelo Ministério da Educação. Debatem-se muitos aspectos secundários, enquanto a questão fulcral da avaliação é agitada de forma enganosa, e muitos dos problemas centrais do Ensino permanecem arredados de uma discussão democrática e construtiva. Porém, esta é a via que nos permitirá abrir portas de entendimento sobre o que, efectivamente, se está a passar.
Falta uma visão global que relance a discussão sobre as opções fundamentais do nosso Sistema Educativo.
Não será o próprio modelo de ensino que deverá ser posto em causa?
No presente trabalho, pretende-se demonstrar que:
A Escola não cumpre, devidamente, as funções que a devem caracterizar.
As principais causas próximas do insucesso escolar residem na deturpação da avaliação e nos valores incorrectos que o Sistema Educativo transmite.
Os teorizadores do modelo em vigor no Ensino Básico fornecem uma base teórico-prática (sociológica, psicológica e pedagógica) que os poderes políticos têm utilizado numa óptica imediatista, economicista e eleitoralista.
O Ensino constitui um problema multifacetado, com consequências intensas, vastas e graves. Os seus efeitos foram-se ampliando e, já há muito, vêm contaminando várias vertentes da vida nacional (social, económica e cultural). A questão é política; o que está em causa não é apenas o Ensino - é o País.