O Canto da Cigarra
de Augusto Gil; Ilustração: Stuart de Carvalhais
Sobre o livro
O Canto da Cigarra - Sátiras às mulheres parece ter sido inspirado pelo amor impossível a uma jovem de quem, temporariamente, se afastou e com quem veio a casar-se mais tarde.
Magoado e desiludido, traz à tona, neste conjunto de poemas, a sua veia de crítica mordaz das mulheres e da sociedade da época. A mulher aparece, assim, desdenhada, alvo constante a abater, antes de o sentimento, o afecto ou o interesse se tornarem fortes e duradoiros. Uma atitude de sobranceria apaziguada no culto da sátira lírica.
Editadas em 1909, já «desbastadas das mais cortantes arestas », estas sátiras são o resultado de um período intenso de leituras oitocentistas sobre a mulher.
E - Porque é dentro dos ouriços/ Que se encontram as castanhas - esta é uma obra que, deixando de fora os valores feministas, consente a todos uma leitura aprazível na descoberta de algumas meias-verdades jocosas, que são o quotidiano da vivência em sociedade.
do Prefácio de Gabriela Carvalho