Lições sobre a Vocação do Sábio Seguido de Reivindicação da Liberdade de Pensamento
de J. G. Fichte
Sobre o livro
Os dois opúsculos de Fichte - Lições sobre a Vocação do Sábio (1794) e A Reivindicação da Liberdade de Pensamento (1793) - reunidos nesta obra inscrevem-se no grupo dos escritos de filosofia popular de índole divulgadora, e abrangem o período entre 1793 e 1813. Uns versam, como é o caso destes dois, sobre política e moral. Outros ocupam-se também de filosofia da história. A temática discutida (a liberdade de pensamento e de acção, os direitos humanos, a relação entre indivíduo e Estado) não perdeu actualidade.
As Lições sobre a vocação do Sábio foram pronunciadas com grande sucesso em Iena, para cuja universidade Fichte foi chamado no Verão de 1794. O seu alvo principal eram os estudantes de filosofia, que importava atrair para o seu estudo, e também para os cursos por ele ministrados. Interessa, neste escrito, atender sobretudo ao projecto antropológico de Fichte, que converge para a ideia de perfectibilidade infinita do homem, só alcançável, porém, através da associação de todos.
A Reivindicação da Liberdade de Pensamento, de 1793, escrito um tanto panfletário e jacobino, mas muito apreciado pelo jovem Fichte, sobressai pela implícita intenção pedagógica e iluminadora.
Inscreve-se na situação cultural, agitada e dividida entre facções contrárias, consequente à promulgação do Édito da Religião pelo rei Frederico Guilherme II, sucessor de Frederico o Grande, a 9 de Julho de 1788, e do Edito de Censura a 19 de Dezembro do mesmo ano.