Sobre o livro
A questão que Martin Heidegger colocou à totalidade da tradição ocidental tem a ver com o sentido do seu conceito fundamental, o do ser. Ao mostrar que é a partir do tempo que conseguimos entender o ser, demonstrou que a filosofia tem origem na existência de um ser que já não é passível de ser percebido, como defende a filosofia moderna desde Descartes, como um sujeito centrado em si mesmo. Assim, para Heidegger, a questão do tempo não é uma questão filosófica entre outras, mas aquela que só por si pode dar acesso ao que constitui a humanidade como tal.
O que Martin Heidegger leva a cabo, ao colocar a questão da relação entre o ser e o tempo, é esta «revolução do modo de pensar», que necessita de uma visualização da «finitude» essencial do homem e do ser. O realçar da historialidade fundadora do pensamento filosófico implica que este já não possa ser definido como uma simples teoria; é, igualmente, a exigência de um empenho existencial que o coloca ao alcance do erro. É, apenas, a partir desta concepção do pensamento que poderemos perceber o empenho político de Martin Heidegger.
Uma obra fundamental para se compreender melhor o pensamento de Heidegger e a sua atitude em termos políticos.