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Sobre o livro
«Daqui te falo, através do vento de Novembro ainda cheio de pássaros e que derruba alguns postes telegráficos e fica cheio de sangue (do meu sangue congelado) sobretudo quando se encontra com a neve na travessia dos Alpes. Porque, bem sabes, isto de escrever é como dar sangue, só vale a pena quando cortamos as veias, para depois as laquearmos, está claro, até um dia, até ao acto absoluto de autovampirismo que secretamente nos fascina.»
«Em mim há todas as contradições, e só assim se explica que te deseje com este excesso que a distância torna em ferida e ao mesmo tempo com todo o amor e ódio de todos os homens por todas as mulheres, amor feito desta intensa espera de te penetrar e redescobrir, mas também da angústia, receio do definitivo; de infinita ternura, mas também de pânico, ou de espanto da abertura para a morte que é a aniquilação no outro.»