Fragmentos de Babel seguidos de Arte Poética
de Casimiro de Brito
Sobre o livro
Não há poema sem dom. Dom duplo. A dádiva da inspiração e a dádiva da técnica (vontade pessoal). Duas obsessões: a própria, a do engenho que se alcança através do estudo e da prática e outra obsessão, esta mediúnica, que se apodera de nós. Além escrevemos o poema, aqui é o poema que nos escreve — um fragmento da palavra onde cabem o mundo e a expressão do seu sopro. Pois não é com meras palavras que invocamos o insecto e os oceanos, o sorriso e as calamidades? Talvez eu consiga, animado pelo espírito e industriado pelo método, que algum rio, ou a mulher que amo, entre no meu poema, me entreguem a alma.