Sobre o livro
As coisas que podem acontecer, no seio de uma cidade sitiada, aparecem, dois séculos depois, narradas por um espontâneo cronista da época. Filho bastardo de uma família nobre, padre e espião, atrevido e medroso, vivendo entre duas águas mas sem pertencer a nenhuma delas, conta à sua maneira o que vê e escuta, dominado pela preocupação de se justificar perante o futuro, já que as suas clandestinas actividades o impedem de se explicar perante os contemporâneos. Um moralista?... Fora de questão. Trata-se, sim, de um ser confuso e angustiado, que deixa para a posteridade o seu testemunho das eternas fraquezas e crueldades da natureza humana.