Sobre o livro
[...] A aparente simplicidade da linguagem de Maria Judite de Carvalho não pode deixar de ser perturbadora. Uma linguagem pouco ornamentada, essencial, depurada, torna-se o lugar da interrogação do real, questionando-o, inscrevendo assim já a mudança neste tempo. Mas não evidenciará também esta contenção uma resistência ao tempo? E mesmo quando se fala de cidade, pombo, água, homem, sonho, é ainda a alusão (ilusão) ao tempo, gesto de quem saboreia a vitória sobre tudo o que desaparece, para mais tarde renascer nesse lugar onde a libertação do Homem se inscreve. [...]