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Sobre o livro
Coimbra, 20 de Maio [1947] - Quando conseguirei eu tirar de uma vez a minha máscara? Ser eu, plenamente? Eu, um homem bom, simples e sociável. O que isto tem custado!
[…] Tanta pancada levei, tanto pé me pisou a pele, que me fiz tojo arnal. E ninguém que me conhece suspeita sequer do outro que está por trás de mim, alegre como um passarinho, brando como uma folha, delicado como um rebento
[…] Poucos devem ter tido no mundo a minha sorte: ser um homem inteiramente livre. […] Permaneci na minha pureza natural, cidadão livre do mundo e português. Mas não há dúvida que, para a maioria, me cerquei de arame farpado. É inegável que fechei muitas portas a quem talvez as devesse abrir, mesmo se quando tentei fazê-lo me entrou por elas um vendaval.